São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Page e Plant fogem da fórmula do Zeppelin

ROGÉRIO SIMÕES
DA REDAÇÃO

Quem for ao estádio do Pacaembu hoje à noite para ver a dupla Jimmy Page e Robert Plant não deve esperar por uma reedição dos shows do Led Zeppelin.
Os dois têm deixado claro, desde que resolveram voltar a trabalhar juntos, em 94, que esta nova fase não representa um retorno do supergrupo nem uma tentativa de recuperar o estrelato.
Os shows da dupla têm como base grandes sucessos do Led Zeppelin. Mas os novos arranjos, com a participação de músicos egípcios e marroquinos, garantem um ar de novidade ao espetáculo.
A apresentação será baseada no material do álbum "No Quarter", disco que traz músicas do grupo que, com o passar dos anos, haviam sido quase esquecidas.
O grande público geralmente associava a banda ao trio de sucessos do álbum Led Zeppelin 4: "Stairway To Heaven", "Rock And Roll" e "Black Dog".
Nenhuma dessas músicas foi regravada pela dupla nem esteve no repertório da apresentação no festival de Glastonbury (Inglaterra) do ano passado.
A turnê da dupla tem contado com vários números acústicos, como "Gallows Pole", "That's The Way" e "No Quarter", esta última já sem a força dos teclados do baixista John Paul Jones, presentes na versão original.
Mas hoje à noite várias canções pesadas deverão dar o toque "hard rock" ao show, que poderá contar com o "hino" "Whole Lotta Love".
Em Glastonbury, Page e Plant demonstraram que ainda estão em sintonia quando tocaram "Since I've Been Loving You", o melhor blues já gravado por um grupo de rock.
A voz de Plant não é a mesma e não permite os agudos da versão registrada no filme "The Song Remains The Same" (lançado no Brasil com o incrível título "Rock É Rock Mesmo").
Mas o vocalista ainda interpreta a canção de forma emocionada, ao lado de um excelente trabalho de guitarra de Page. Se for apresentada hoje, certamente tocará os corações apaixonados do Pacaembu.
Em Glastonbury, os dois apresentaram ainda a bela "Thank You", a pesada "The Song Remains The Same" e "Kashmir", com novo arranjo de cordas e um bom trabalho de percussão.
Se o público lembrar que no palco não está o verdadeiro Led Zeppelin e não se decepcionar com a provável ausência de "Stairway To Heaven", lembrará da apresentação de hoje como uma das melhores do festival.
Assim como fizeram no ano passado os colegas ingleses dos Rolling Stones, Robert Plant e Jimmy Page deverão provar que existe rock depois dos 50. E da melhor qualidade.

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