São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
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Cultura menos rica Em termos da produção cultural de um país, não há como verificar uma relação direta entre quantidade de recursos investidos e a qualidade que se obtém. Antes que seja tachada como negativa, a provável diminuição dos incentivos à cultura, cuja origem provém do abatimento do IRPJ, torna oportuna a discussão sobre o atual modelo de investimento e os setores aos quais os recursos se destinam. A participação do Estado como agente financiador é fundamental onde justamente são limitados os interesses empresariais -conservação de arquivos, bibliotecas, museus etc. Onde é possível obter ganhos na criação artística é melhor que a relação se dê diretamente entre empresários e artistas. Quanto à perspectiva de retorno das empresas que incentivam, a Lei Rouanet é generosa. Mesmo que, como informou esta Folha, a redução dos índices de desconto -de 95% para 73%- seja considerável, não há como afirmar que o patrocínio seja pouco vantajoso. Há que se lembrar ainda que esse tipo de incentivo oferece margem a uma série de operações escusas. Contudo, o efeito danoso dessa forma de incentivo recai sobre os setores onde a perspectiva de retorno é reduzida. O Arquivo do Estado de São Paulo -atualmente entregue ao bolor e às traças- é um exemplo bastante eloquente. Ao Estado é urgente investir em projetos de manutenção do patrimônio histórico. É preciso, enfim, ter muito claro onde empresas e artistas podem ganhar e onde é preciso gastar para que toda a sociedade não perca. Texto Anterior: No varejo das reformas Próximo Texto: Eleição palestina Índice |
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