São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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Vazando pelos dedos; Vendendo na alta; Pomo da discórdia; Dando uma força; Mercado persa; Aprendizado; Prejuízo; Com a barriga; Crescendo; Professor; No prato; Bolsa ministerial; Na real; Sinal; Pegadas do mestre; Conflagração; Cristais

Vazando pelos dedos
Numa operação desajeitada, o governo sacrificou o presidente e um diretor da Conab para agradar o PPB. Vazou a versão de que a causa da queda era administrativa, mas o próprio Ministério da Agricultura assumiu que era política.

Vendendo na alta
As demissões na Conab saíram logo após a derrota do governo na Câmara, quarta. É que deputados do PPB aproveitaram que o partido comandara a defecção na base governista e ofereceram apoio ao Planalto em troca de cargos.

Pomo da discórdia
A demissão de Isaías Custódio na Conab rachou o PPB e o governo. Há grita no partido contra sua substituição porque foi negociada por apenas uma parte da bancada. Técnicos do Comunidade Solidária também ficaram contrariados.

Dando uma força
A oposição se animou com a derrota de FHC na Câmara. Mas não foi só ela. Setores da bancada ruralista e do PMDB, ambos governistas, têm estimulado o PT a se articular no Congresso para diminuir o desequilíbrio de forças.

Mercado persa
Do ponto de vista fisiológico, a maioria sólida do governo no Congresso é um problema. Vale o mercado: se aumenta a oferta de votos governistas, cai a cotação deles. Derrotar FHC de vez em quando ajuda a elevar os preços.

Aprendizado
José Genoino (PT) acha que a derrota do governo na votação sobre contribuição dos inativos foi salutar para FHC: "O governo agora sabe que ou abaixa a crista e negocia, ou corre o risco de perder mais vezes no Congresso".

Prejuízo
O PT já tinha panfletos prontos convocando uma greve geral para o dia 30, contra a reforma da Previdência. Depois da crise interna e de toda a divergência com a CUT, a distribuição foi suspensa.

Com a barriga
O governo, que já havia deixado R$ 5,4 bi de contas vencidas em 94 para pagar em 95, mantém o hábito. Em 26 de dezembro, FHC assinou decreto adiando pagamentos para este ano.

Crescendo
De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre as rolagens de contas a pagar do governo de um ano para outro: "O sucessor de FHC, que ele diz que vai eleger, deve pensar bem antes de assumir. Vai pegar uma bola de neve sem tamanho."

Professor
A partir de março, Quércia vai a 12 reuniões do PMDB de São Paulo, em regiões diferentes do Estado. De olho no Bandeirantes em 98, vai organizar pessoalmente as campanhas municipais do partido. Quer plantar bases.

No prato
O oposicionismo de Paes de Andrade, presidente do PMDB, não resiste a uma comparação dos cardápios das refeições oferecidas por ele aos partidos de esquerda e a FHC. Os primeiros comeram tutu de feijão, e o presidente, caviar.

Bolsa ministerial
Ministro do Trabalho e articulador do acordo entre as centrais sindicais e o governo, Paulo Paiva está em alta. FHC tem elogiado a atuação do ministro para parlamentares e sindicalistas. E lhe deu a missão do pacto pelo emprego.

Na real
Maluf não está bem-humorado. Já percebeu que as declarações tucanas a favor da reeleição também para prefeitos não eram para valer. Procura um candidato para sua sucessão. Não é nada fácil de achar.

Sinal
A mesma equipe que organizou a campanha de rua de Maluf em 92 está trabalhando para o secretário Celso Pitta em suas incursões pela periferia de São Paulo.

Pegadas do mestre
Mesmo antes do imbróglio Previdência, Vicentinho era apontado como candidato a deputado federal em 98. Faria assim o mesmo caminho de Lula, seu guru.

Conflagração
O deputado José Augusto Ramos é um dos mais irados com Vicentinho na bancada petista. Vicentinho é um dos articuladores do grupo que vai tentar impedir, em prévia interna, que Ramos dispute a prefeitura de Diadema.

Cristais
A direção do PT teme que a disputa pela liderança na Câmara rache a bancada e tentará até a última hora um nome de consenso. Existe a possibilidade de reedição do conflito "esquerda" contra "centro" e "direita".

TIROTEIO
Do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, sobre o acordo do governo com as centrais sindicais no caso da Previdência:
- Para o governo é muito mais barato negociar com as centrais do que com o Congresso. Conosco, a negociação só custa alguns copos d'água e uns cafezinhos. Com o Congresso, custa cargos, verbas...

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