São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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Usuário 'segue' ladrão e comunica acidentes

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa feita pela Telesp com 2.238 usuários de telefone celular mostrou que 62% deles já tinham usado o aparelho em emergências. Entre as mais citadas estavam o carro quebrado, acidentes de trânsito, assaltos, doenças, congestionamentos e enchentes.
"Mais de 90% dos entrevistados disseram que o celular seria útil em emergências", diz Gilson Rondinelli Filho, da Telesp.
Foi um celular que salvou dois investigadores particulares de São Paulo que seguiam um homem pelas ruas do Rio.
O homem, um comerciante de São Paulo, estava sendo investigado a pedido da mulher, que suspeitava de um caso extraconjugal.
Sem saber, os investigadores entraram com o carro numa área controlada por traficantes da favela do Jacarezinho.
"Eles seriam executados se não fossem avisados a tempo pelo celular que levavam no carro", diz Angela Bekeredjian, que comandou a operação.
O homem investigado tinha se apaixonado por uma traficante da favela e os investigadores tinham sido jurados de morte.
Boa parte dos acidentes nas estradas chega à Polícia Rodoviária e aos bombeiros por intermédio de motoristas que ligam pelo celular.
É também dos celulares que partem com mais frequência as chamadas "ocorrências policiais dinâmicas". Em geral, são pessoas que observam um assalto e seguem os ladrões, informando o itinerário à polícia.
Foi assim com Luiz Carlos Brás de Souza, um investigador de polícia que reconheceu dois ladrões num posto de serviço da zona sul. O engenheiro Ciro Granato estava sendo levado como refém.
Souza entrou em contato com a PM e seguiu o carro dos ladrões, informando o itinerário pelo celular. Os assaltantes foram presos e o engenheiro libertado.
Durante um assalto a um banco da zona oeste, em setembro passado, um comerciante viu quando dois ladrões entraram na picape que pertencia a um amigo seu. O comerciante chamou a polícia pelo celular e seguiu os ladrões.
Quando os assaltantes foram presos, o comerciante descobriu que o amigo também participava do roubo.

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