São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 1996
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

PRONTA ENTREGA
Cabeça feita
Do moderno Paulo Borges com suas modettes indomáveis passando pela estilista Sylvia Lucchi até chegar a Marjorie Gueller, ele frequenta as cabeças mais antenadas da nação -e as vitrines bacanas de São Paulo. Neto de iugoslavos que chegaram ao Brasil em 1945, fugindo da guerra, o chapeleiro Robert Grabnerele é formado em mecânica -mas jamais apertou um parafuso. Preferiu o ofício da família -e não se arrepende. Enquanto comemora os 40 anos da Chapéus Erna -que em temporadas de vacas gordas faz até 1.500 unidades/mês-, ele celebra seu modelo mais famoso: Ruth Cardoso, que usou um de seus Panamá na viagem à Malásia -e levou uma hora e meia para escolher o modelón.
*
Quem tem telhado de vidro?
Os maus profissionais.
Para quem você tira o chapéu?
Para os meus avós, que escaparam de duas guerras antes de chegar ao Brasil.
Já esqueceu alguma coisa na chapelaria?
A sobretaxação fiscal.
O que vira a sua cabeça?
Um estilista criativo.
Cawboy ou cangaceiro?
Borsalino.
Quem é cabeça de vento?
Os que esquecem de usar chapéu.
Já deu chapéu em alguém?
Em, não -para alguém, vários.
Uma espora ou uma estola?
Depende da ocasião.
Dos carecas elas gostam mais?
Elas esqueceram seus preconceitos.
Tem medo de quepe?
Se estiver no tamanho certo, não.
Quem devia usar boné?
Só quem gosta muito.
O que colocaria na cabeça da princesa Diana?
Um dos meus chapéus, claro.
O que fica na sua cabeceira?
Idéias, muitas idéias.

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