São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Índice
Produção cresce 14% em 1995 e tendência para este ano é favorável
CARMEN BARCELLOS
A avaliação é da Abipos (Associação Brasileira da Indústria de Produtos Derivados de Suínos). O aumento na produção foi necessário para atender ao consumo interno, que subiu de 7,4 kg por habitante/ano para 8,5 kg em 95. "Foi um crescimento significativo, pois o consumo se mantinha estabilizado há bastante tempo em torno dos 7 kg por habitante", diz Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, presidente da Abipos. Em 95, foram abatidos 16,2 milhões de cabeças, que resultaram em 1,5 milhão de t de carne, contra 1,2 milhão de t em 94. Para este ano, a previsão de aumento nos abates é de 8% a 10%. "Esperamos que o consumo se eleve para 9 kg por habitante", afirma Sobrinho. Para ele, além da melhoria do poder aquisitivo, outro fator que contribuiu para o aumento nas vendas foi a oferta de cortes "in natura" embalados em bandejas (lombinho, pernil, costela e filé). Na Sadia, que lançou esta linha no ano passado, o crescimento nos abates foi de 7%, segundo Nelson Dalcanale, diretor da divisão de carnes "in natura". "Estamos investindo na apresentação dos produtos, ressaltando a aparência e a qualidade e valorizando a marca", diz. Esse trabalho, desenvolvido também por outras indústrias, pretende mostrar ao consumidor que a carne é saudável e os animais são criados com o máximo de higiene. Entre os derivados (como salsicha, linguiça e mortadela), Sobrinho avalia que a produção aumentou 15% em 95. Mas a Abipos não dispõe de dados totais do setor. As exportações, direcionadas quase totalmente para Hong Kong e Argentina, passaram de 32 mil t, em 94, para 34 mil t, em 95, com uma elevação na receita de US$ 76 milhões para US$ 80 milhões. Segundo Sobrinho, existe grande expectativa de que sejam reiniciadas as vendas para países europeus, que são os maiores consumidores mundiais de carne suína. As exportações para a Europa foram interrompidas devido à ocorrência de peste suína e febre aftosa nos rebanhos brasileiros. "Mas Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde essas doenças já foram erradicadas, poderão estar aptos para exportar ainda este ano", afirma Sobrinho. Ele avalia que, em quatro anos, o Brasil terá condições de fornecer 100 mil t de carne por ano para a União Européia. Texto Anterior: Receita com as exportações tem queda de 19,5% no ano passado Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |