São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Padre defende novela para conquistar fiéis

Eduardo Dougherty acredita na TV

ANGÉLICA BANHARA
EDITORA DO TV FOLHA

A televisão -em especial minisséries e novelas- é o melhor meio para difundir os princípios católicos e conquistar novos fiéis. Essa é a teoria e a prática do padre jesuíta Eduardo Dougherty, 54, idealizador da primeira minisséries assumidamente católica da TV brasileira.
"Irmã Catarina", protagonizada por Myrian Rios, estréia em março, na CNT. Foi produzida pela Associação do Senhor Jesus, fundada por padre Eduardo há 15 anos, em Valinhos (95 km a Noroeste de São Paulo).
Padre Eduardo nasceu em Nova Orleans (EUA) e mora no Brasil desde 72. Ele é superior de uma comunidade jesuíta de Campinas e membro da Comissão Nacional da Renovação Carismática no Brasil. Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida à Folha.
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Folha - Qual a importância da TV para a Igreja Católica?
Padre Eduardo Dougherty - Não estamos contentes com a TV de hoje. Ela está destruindo, difundindo coisas amorais. Então, nós temos de estar nos meios de comunicação. Não é questão de estar contra um grupo religioso.
Folha - Como surgiu a idéia de unir catolicismo e novelas?
Pe. Eduardo - A Associação do Senhor Jesus é uma produtora de TV, que faz programas religiosos desde 83. Quem assiste a programas religiosos frequenta igrejas. Para as outras pessoas, a melhor maneira que descobrimos de passar mensagens foi pelas minisséries e novelas. Estamos nos estruturando para fazer uma novela após outra.
Folha - Quais os valores que o senhor pretende difundir?
Pe. Eduardo - A dignidade, a justiça, a retidão e a pureza.
Folha - A idéia é exportar?
Pe. Eduardo - Queremos fazer um produto que possa servir para outros países.
Folha - A novela pode ser um instrumento de evangelização, de conquistar novos fiéis?
Pe. Eduardo - Também. O uso da novela como recurso de evangelização é um sucesso de marketing. A TV é um meio de transformar para o lado positivo ou para o negativo.
Folha - A evangelização pela TV pode ser mais rápida do que pelos meios tradicionais?
Pe. Eduardo - Sim. Isso pode ser feito em documentários, desenhos, novelas, entrevistas.
Folha - "Irmã Catarina" foi produzida em 94. Por que levar ao ar agora? A proposta da produtora é enfrentar, na mídia, a Igreja Universal?
Pe. Eduardo - Lógico que não. Espalhamos não apenas mensagens católicas, mas valores humanos positivos. Não precisamos de competição.
Folha - A cúpula da Igreja Católica se manifestou sobre as novelas e minisséries?
Pe. Eduardo - A igreja está aplaudindo. Os bispos escrevem elogiando nosso trabalho.

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