São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996 |
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O preço do estacionamento
HÉLIO CERQUEIRA JÚNIOR A discussão sobre a alteração do sistema de cobrança dos estacionamentos de São Paulo foi destaque nos meios de comunicação. Entre diversas considerações, os preços praticados pelo setor passaram a ser, mais uma vez, alvo de críticas.A falta de conhecimento sobre a complexidade da estrutura operacional dos estacionamentos gera a equivocada impressão de que a atividade é um verdadeiro "paraíso da prestação de serviços", levando a opinião pública a crer que os preços estão firmados em bases abusivas. Mas o valor da estadia de um estacionamento, além de refletir peculiaridades e custos de cada empreendimento, está intrinsecamente ligado à precariedade das condições de mercado. Hoje São Paulo tem uma decrescente oferta de estacionamentos que se contrapõe ao aumento da demanda. Devido à falta de espaço, a atividade está alicerçada em bases provisórias. Cerca de 70% da oferta de estacionamentos em nossa capital está em terrenos. Aguardando a oportunidade de aquecimento do mercado imobiliário, essas áreas são locadas para estacionamentos por prazos indeterminados, impedindo que o garagista faça investimentos, pois não tem qualquer segurança contratual. E, em boa parte dos casos, o valor locativo corresponde a um percentual sobre a receita bruta. Assim é um equívoco a premissa de que quanto maior a arrecadação, maior é o lucro, já que os insumos do aluguel são proporcionais aos ganhos. O IPTU é outro percentual expressivo na planilha de custos. A cada ano seu lançamento nos surpreende com aumentos acima da inflação. O setor também sofre, ora pela falta de uma legislação específica que o regulamente, ora pela obrigatoriedade de atender leis incoerentes e redundantes. Para que se reverta tal quadro é imprescindível que o poder público providencie alterações da legislação e incentive os construtores a reservarem nos empreendimentos áreas de garagens compatíveis com a demanda de sua localização, uma vez que aumentar a oferta de vagas na capital paulista torna-se uma necessidade cada vez mais iminente. A exemplo de outras megalópoles, São Paulo precisa de um programa voltado para o desenvolvimento de estacionamentos que envolva empresários, poder público e outras instituições interessadas na melhoria das condições de vida do paulistano. Os garagistas propõem a abertura dessa discussão. Texto Anterior: Acusado de fraude em vestibular se apresenta Próximo Texto: Feriado vai ter show de Ben Jor no centro Índice |
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