São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Daimler-Benz perde de US$ 4,2 bi em 95

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo Daimler-Benz, maior conglomerado industrial alemão, deve ter tido prejuízo de US$ 4,2 bilhões em 95, segundo o conselho de administração da empresa.
Em reunião extraordinária em Stuttgart, a diretoria decidiu suspender sua ajuda financeira à Fokker, subsidiária holandesa.
A Fokker é a maior fabricante de aviões da Holanda, com cerca de 8.000 funcionários. A empresa teve prejuízo de US$ 400 milhões, no primeiro semestre de 1995.
A Daimler possui cerca de 40% do capital social da Fokker.
O governo holandês, segundo maior acionista da Fokker, reuniu-se em caráter extraordinário para decidir o futuro da empresa, que, sem a ajuda da Daimler, poderá decretar falência.
Segundo Juergen Schrempf, presidente da Daimler, conversações com o governo holandês fracassaram. Ele disse que a Daimler colocou US$ 1,75 bilhão na Fokker, no ano passado.
Mas Schrempf disse estar disposto a manter a parceria, investindo US$ 600 milhões na subsidiária, caso o governo holandês contribua com a mesma quantia.
Depois da reunião com o conselho de administração, Schrempf reconheceu que a parceria com a Daimler foi um equívoco. "Avaliamos incorretamente a evolução do mercado aeronáutico europeu e o efeito das variações cambiais."
As ações da Fokker não foram negociadas ontem na Bolsa de Valores de Haia (Holanda). As negociações foram suspensas por 24 horas, devido à queda de 25% sofrida na sexta-feira, quando correram os primeiros boatos sobre a situação financeira da Daimler.
O ministro de Economia da Holanda, Hans Wijers, disse que o governo holandês fez o que podia em matéria de investimentos.
Crise alemã
A má situação financeira da maior empresa alemã é reflexo da situação econômica do país, avaliam analistas.
O governo alemão, em versão preliminar de um relatório que será publicado em 30 de janeiro, prevê crescimento de 1,5% para 96, taxa ainda menor que a de 95.
Em 1995, o Produto Interno Bruto da Alemanha cresceu 1,9%; em 94 havia aumentado 2,9%.
Na ex-Alemanha Ocidental, o crescimento do PIB deve cair de 1,5% em 1995 para 1% neste ano. Na parte oriental, que ainda sofre o "boom" de investimentos do período pós-abertura, a taxa deve ter redução de 6,3% para cerca de 5%, segundo o relatório.
Hans Tietmeyer, presidente do Banco Central, entretanto, discorda das previsões. Ele confia que a estabilização do câmbio e o aumento das exportações devem estimular a economia.

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