São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Vicentinho sugere ampliação do acordo

SHIRLEY EMERICK; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, vai sugerir a ampliação dos pontos do acordo com o governo para tentar melhorar sua imagem com a ala radical da central.
Ele quer aumentar a pauta de discussão da proposta da reforma da Previdência e manter a aposentadoria especial para professores universitários. Quer também garantir a inclusão da aposentadoria proporcional e acabar com o limite de idade para a aposentadoria no setor público.
O ministro Reinhold Stephanes (Previdência), no entanto, já deixou claro que não aceitará a revisão dos pontos já acertados entre o governo e as centrais sindicais. "Não dá para defender isso. Vamos tratar com seriedade as questões do país", disse sobre a manutenção de aposentadorias especiais aos professores universitários.
A proposta original do governo era acabar com as aposentadorias especiais de todos os professores. Após negociação com as centrais, o governo aceitou manter aposentadorias especiais dos professores de 1º e 2º graus. Em compensação, as centrais aceitaram retirar os professores universitários da regra.
"Não faz sentido retirar o limite de idade para a aposentadoria dos servidores públicos", completou Stephanes.
Mas Vicentinho insistirá. Depois de ser criticado pelo PT por participar do acordo -que estabelece a aposentadoria por tempo de contribuição-, o sindicalista recebeu ontem sinal verde para negociar o adiamento da votação da proposta com líderes do governo.
Pela manhã, na reunião da CUT com representantes dos partidos de oposição, o PT abandonou as críticas e decidiu dar apoio a peregrinação de Vicentinho pelo Congresso. "O partido tem que abaixar a bola porque hoje quem tem força para negociar essa proposta com o governo é a CUT", disse o deputado José Genoino (SP).
A ala mais moderada conseguiu acalmar os radicais sobre a participação da CUT nas discussões. Para Genoino, os parlamentares se convenceram de que não é hora para criticar Vicentinho.
Depois de uma discussão tensa, os deputados Paulo Paim (RS) e Eduardo Jorge (SP) abandonaram a reunião por discordarem da posição da CUT. Eles insistem em que a aposentadoria por tempo de contribuição prejudicará os trabalhadores. A solução foi marcar uma avaliação técnica para hoje, com representantes do PT e da CUT, para discutir a mudança.
(Shirley Emerick e Denise Madueño)

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