São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Pedra é arma de ladrões em estrada

ANTONIO ROCHA FILHO; MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Além do risco de acidentes, aqueles que vão deixar São Paulo pelas estradas no feriado de amanhã -quando a cidade comemora 442 anos- terão de enfrentar possíveis ataques de ladrões, que atiram pedras nos carros para forçar o motorista a parar. Quando param, os viajantes são assaltados.
Os pontos mais perigosos são as proximidades de viadutos e passarelas que cruzam as estradas e favelas às margens das rodovias.
A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) e a Polícia Rodoviária admitem que esse tipo de assalto é comum na maioria das estradas. No entanto, segundo a polícia, 70% das vítimas não registram a ocorrência.
No último sábado, o empresário Fábio Alves Medeiros teve o vidro de seu carro destruído por uma pedrada na rodovia Ayrton Senna. Outros três ataques teriam acontecido no mesmo ponto. A Polícia Rodoviária Estadual diz desconhecer esses casos (leia texto abaixo).
Para tentar evitar que ladrões atirem pedras, há três meses a Dersa mandou instalar telas em duas passarelas na rodovia dos Bandeirantes e outra na Anhanguera. Está prevista também a instalação de iluminação nos locais.
Segundo o chefe de conservação das duas rodovias, Nivaldo Barbin, as telas foram colocadas após uma tentativa de assalto.
Um paralelepípedo foi atirado de cima da passarela no km 19, na Vila Clarice (zona norte de SP), sobre um carro. O motorista não parou e andou 500 m até o posto da Polícia Rodoviária.
"Logo depois, a placa que avisava a distância do posto da polícia foi arrancada, o que indica que havia intenção de assalto", diz Barbin.
O ponto da Bandeirantes onde mais ocorrem assaltos com pedras é no km 28, em Perus (zona norte de SP), onde há uma favela. Os ladrões atiram as pedras de cima do morro e descem para atacar os motoristas que param.
Segundo tenente Elvis de Souza, comandante do policiamento no sistema Anhanguera-Bandeirantes, só no km 28 foram registradas oito ocorrências desse tipo de junho a setembro de 95.
Ele diz que a prevenção é difícil porque não é possível fiscalizar os pontos críticos o tempo todo.
Segundo a Polícia Rodoviária, a falta de queixa das vítimas também dificulta. A polícia diz que, quando recebe denúncias, pode reforçar o policiamento.

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