São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996 |
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Recessão na Europa ajuda brasileiros F-1 e na Indy
MAURO TAGLIAFERRI
Só no ano passado, eram dez representantes do país correndo entre a Indy, nos EUA, e a F-1, predominantemente européia. Este ano, com a contratação do paulista Ricardo Rosset, 27, pela Arrows (F-1), este número já chega a nove. Há chances, porém, de atingir a cota dos 12. Seis brasileiros já garantiram presença na Indy-96 e mais dois tentam vagas em equipes pequenas (veja box ao lado). Na F-1, além de Rosset, também correrão Rubens Barrichello e Pedro Paulo Diniz. Tarso Marques aspira a um assento na Minardi. Brasileiros se destacando no automobilismo não são exatamente uma novidade, mas o país estava habituado mais à qualidade de seus pilotos do que à quantidade. Atualmente, há apenas um brasileiro campeão mundial em atividade: Emerson Fittipaldi, bi na F-1 e uma vez vencedor na Indy. Ainda assim, os chefes de equipes mostram sua predileção por corredores do Brasil. "Se você fala que tem um piloto brasileiro, eles sempre querem ver e testar", contou Geraldo Rodrigues, empresário de Barrichello. Só que, mais do que tentar encontrar um sucessor para Ayrton Senna, os dirigentes também querem o dinheiro dos corredores nacionais. E têm encontrado. "A situação econômica do Brasil está ajudando. Melhorou muito para conseguirmos patrocínio", afirmou Pedro Paulo Diniz. "Além disso, os europeus têm reclamado bastante. Para eles, está difícil. Na Itália, existe muito medo por causa de controle fiscal", acrescentou o piloto. "Depois do futebol, o automobilismo é o esporte mais apreciado por aqui. Isso facilita para achar apoio, há um mercado consumidor muito grande", disse Rodrigues. "O automobilismo é um esporte caro e a situação econômica européia não é das melhores", continuou. A Europa vive um processo de unificação econômica que gera problemas para os países mais pobres e conflitos com os mais ricos. "A coisa ficou cara para alguns países, pela diferença nas moedas", disse Fernando Paiva, empresário de Christian Fittipaldi. "E o Brasil está numa situação em que as empresas podem assumir compromissos em dólar sem o perigo de ele passar a valer dez vezes mais daqui a pouco", afirmou. O talento dos brasileiros também não é esquecido nessa negociação. "A atitude do brasileiro é diferente. Ele deixa o seu país, faz sacrifícios pessoais e vai para o exterior para vencer ou morrer", completou Paiva. Texto Anterior: Marcelinho renova e vira jogador de mais alto salário em São Paulo Próximo Texto: Pilotos ainda tentam vagas Índice |
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