São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Reeleição só passa em 97, diz PFL a FHC

VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do Partido da Frente Liberal (PFL), Jorge Bornhausen, disse ao ministro das Comunicações, Sérgio Motta (PSDB), que a emenda para reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República não será aprovada neste ano.
Bornhausen tratou do assunto reeleição longamente com Motta em uma conversa na semana passada. Disse ser a favor da tese da reeleição, mas que considera uma uma batalha perdida a votação do assunto antes de 97.
"Se o presidente quiser, levaremos o projeto adiante. Mas é bom dizer já que nesse assunto não tem segunda época. Se não aprovar, fica condenado. O mesmo que aconteceu com o parlamentarismo", diz Bornhausen.
Para haver reeleição, o Congresso precisa aprovar uma emenda na Constituição. Motta, que defende a aprovação da reeleição já, disse que levaria as opiniões de Bornhausen ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
15 de fevereiro
Quando FHC voltar da Índia, é provável que determine uma consulta mais ampla junto à sua base de sustentação no Congresso. Só então vai tomar uma decisão.
"Se for para votar neste ano, o 'start' tem de ser dado no dia 15 de fevereiro", disse Bornhausen.
A data citada pelo presidente do PFL coincide com a volta do Congresso ao seu período de trabalho normal, depois da atual convocação extraordinária.
Borhausen, como todos os políticos em Brasília, divide este ano em duas partes: até junho (para o Congresso funcionar de fato) e de julho em diante (quando só vai se falar de eleições municipais).
A avaliação sobre reeleição do PFL, principal partido aliado do governo FHC, está baseada em dois pontos principais da conjuntura política:
1) Sucesso do governo - só em 97 será possível divisar se o Plano Real foi mesmo um sucesso. Em caso positivo, vota-se a reeleição já com um acerto sobre quem apoiar em 98.
"Se houver reeleição, a chapa já está definida: é Fernando Henrique e Marco Maciel", diz Bornhausen.
2) José Sarney e PMDB - com o Plano Real nos eixos em 97, o poder agregador de uma reeleição de FHC traria para o governo vários governadores peemedebistas. Sarney poderia continuar candidato, mas estaria enfraquecido.

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