São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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EUA têm maior fusão bancária da história

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A instituição financeira Wells Fargo & Co. anunciou ontem que vai adquirir o First Interstate Bankcorp, na maior fusão bancária da história dos Estados Unidos: US$ 11,6 bilhões.
O Wells Fargo, com sede em San Francisco (Califórnia), vai pagar US$ 0,667 por ação do First Interstate, que foi fundado em 1904, e desaparecerá do sistema financeiro norte-americano, pois a nova instituição se denominará somente Wells Fargo.
O atual presidente do Wells Fargo, William Zuendt, 54, vai acumular a função de direção do grupo com Paul Hazen, 49, atual diretor executivo da instituição e considerado o cérebro da fusão.
O acordo, que deverá ser selado em meados de julho, é o resultado da maior querela do sistema financeiro dos Estados Unidos.
O First Interstate, sedeado em Los Angeles, e o Wells Fargo, de San Francisco, sempre foram conhecidos rivais na disputa pela região oeste do país.
O First Interstate tentou durante vários meses uma "joint-venture" com o Minneapolis' First Bank System. Negociação que fracassou, pois ambas instituições nunca chegaram a um valor comum para a compra do banco.
Assim o banco de Los Angeles acabou nas mãos de seu maior rival, que ofereceu US$ 1,65 bilhão mais que o Minneapolis' First.
"A transação resultou bastante vantajosa para os acionistas do First Interstate", disse William Siart, diretor executivo do banco adquirido, que inicialmente se opôs à fusão com o Wells Fargo, devido à histórica rivalidade de ambas instituições.
O acordo, apesar de considerado benéfico, vai custar caro para o First Interstate.
A diretoria do Wells Fargo disse que planeja demitir cerca de 4.500 dos 5.900 funcionários do First Interstate na Califórnia. Além disso, pelo menos 400 agências do banco no Estado serão fechadas.
No resto do país o banco possui outros 21 mil empregados, dos quais 10 mil devem ser demitidos.
O novo banco manterá sedes em Los Angeles e San Francisco. Sete diretores do First Interstate passarão a integrar a atual diretoria do Wells Fargo.
A operação é um novo passo na onda de fusões e "joint-ventures" que assola o sistema financeiro norte-americano. No ano passado, foi anunciada a fusão do Chemical Bank com o Chase Manhattan, que criará a maior instituição financeira dos Estados Unidos.
Poder
Com a fusão, o Wells Fargo passará a ter ativos de US$ 108 bilhões, transformando-se na nona maior instituição bancária dos Estados Unidos e na segunda maior da Califórnia.
"Será uma instituição poderosíssima", disse George Salem, analista financeiro da Gerard Klauer Mattison, de Nova York.
"Finalmente um rival à altura do Bank of America (maior banco da Califórnia) naquele Estado", completou.
Em Nova York, tanto as ações do Wells Fargo como as do First Interstate registraram significativas altas ontem.
Segundo o "The Wall Street Journal", o Wells Fargo manterá sua estratégia de aproximar os serviços bancários de supermercados, lojas de departamentos e outros estabelecimentos comerciais utilizados por seus clientes.
O banco foi pioneiro na implementação do uso do cartão magnético para o pagamento de compras em supermercados.
Fusões
Não é só o setor financeiro que atravessa uma onda de fusões nos Estados Unidos.
A empresa de micro-informática Apple deve ser vendida à Sun Microsystems nos próximos dias, publicou o "Wall Street Journal".
A transação, avaliada em US$ 4 bilhões, mudaria o panorama do setor de informática. A Sun Microsystems passaria da sétima para a terceira posição no ranking das maiores do setor, atrás apenas da IBM e da HP.

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