São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Levinson narra o fim da juventude

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Se usássemos os mais conhecidos filmes do diretor Barry Levinson como exemplo de seu trabalho, poderia ser dito que sua capacidade criativa não excede a demagogia.
Sua grande fuga à regra é "Quando os Jovens se Tornam Adultos" (CNT/Gazeta, às 20h).
Trazendo em início de carreira um elenco que mais tarde se tornaria estelar em menor ou maior grau (como Steve Guttenberg ou Mickey Rourke), o filme trata das dificuldades da vida adulta para um grupo de amigos nos EUA do início dos anos 60.
Seu trabalho de direção é articular da melhor forma possível a memória afetiva.
E se por tantas vezes Levinson vez do uso de tal assunto a forma mais acabada de chantagem emocional- como em "Bom Dia Vietnã"-, dessa vez evita o excesso e encontra o equilíbrio.
Não há, claro, nada de original em um grupo de pessoas que vacilam entre casar e permanecer solitárias, ou que fogem de imagem de adulto criada por seus pais.
O achado de Levison é lidar com esses personagens dentro do único território possível- o clichê- e fazer com que mantenham sua força.
Sua ação é incorporar um pouco de estranheza em cada um desses homens, fazendo com que pareçam estranhos ao seu próprio meio.
O que, afinal, é o melhor exemplo do fim da juventude.
Outro filme que toca no mesmo tema, sem igual eficácia, é "Com a Vida em Jogo" (Globo, 1h10) de Ben Bolt.
Matt Dillon faz um jovem que parte para a cidade grande a fim de ganhar a vida no jogo.
Apesar das boas intenções, nada funciona.

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