São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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Executivo afirma que fez operação legal

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Banco Gulfinvest, José Carlos de Oliveira, disse ontem que algumas empresas pertencentes a acionistas da instituição tomaram empréstimos de cerca de US$ 30 milhões em agosto de 1993 junto ao Banco Econômico.
O dinheiro, afirmou Oliveira, foi utilizado totalmente numa operação de aumento de capital do Gulfinvest, banco de atacado que tem 61% de capital nacional e 39% de capital estrangeiro.
Ele próprio era acionista de uma das empresas envolvidas, a Yield, que tomou cerca de R$ 8 milhões emprestados. Hoje é apenas sócio do Gulfinvest.
"Não posso dar maiores detalhes das operações, pois estou impedido pela lei do sigilo bancário", disse Oliveira, que preside a Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto).
O executivo confirmou apenas que duas outras empresas de seus sócios, a GMBH e a Pearl, também contraíram empréstimos junto ao Econômico. Os empréstimos tinham prazos de cinco anos, com vencimento previsto para 1998.
Quando o Econômico sofreu intervenção do banco Central, em agosto passado, Oliveira diz que procurou o interventor e propôs a quitação antecipada de parte da dívida, utilizando "moedas podres" (títulos de recebimento duvidoso).
O interventor, segundo ele, aceitou o negócio e o Gulfinvest adquiriu TDA (Títulos da Dívida Agrária) no mercado secundário, com desconto, e quitou cerca de US$ 19 milhões pelo valor de face dos papéis, disse Oliveira.
"Foi uma quitação antecipada com moedas de privatização. Não vejo problema nenhum em ter sido contabilizada pelo valor de face dos papéis. Está tudo documentado em cartas oficiais", afirmou.
Oliveira não quis comentar a suposta intenção do Banco Central de reverter a operação. Nem tampouco quis rebater acusações de que seria "laranja" do ex-dono do Econômico, Angelo Calmon de Sá. O executivo trabalhou no Econômico por 12 anos, há dez anos.
"Nunca tive relações pessoais com ele", disse Oliveira.
O presidente da Andima disse que não recebeu nenhuma comunicação do BC sobre a operação fechada com o ex-interventor, Francisco Flávio Barbosa.

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