São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996 |
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A força de um acordo A participação da sociedade civil ao influenciar decisões de caráter público é um preceito essencial da democracia moderna. Muito mais que devaneio especulativo, a força desse princípio pode ser observada concretamente nas negociações entre centrais sindicais e governo sobre a reforma da Previdência. O curto fôlego da contestação ensaiada pelos partidos de oposição serviu como primeira demonstração do vigor e da legitimidade que o acordo encerra. A aprovação dada por setores representativos da sociedade civil, uma garantia de que se avança no sentido de fazer valer os anseios da população e resolver os impasses em torno de interesses divergentes, ofuscou o argumento da reação contrária. A criação do fórum de debate na Câmara com o objetivo de amenizar as resistências na votação é outra demonstração do amplo teor democrático das negociações. Ao contrário dos que afirmavam que o acordo estaria sendo concretizado à revelia do Legislativo, a ação de organizações representativas da sociedade civil nas negociações políticas apenas reforça e dá maior legitimidade ao próprio Poder Legislativo, que é quem, na qualidade de representante da população, tem a palavra final. E é muito mais fácil saber quais são os anseios da nação quando ela se manifesta por meio de entidades representativas. A concretizar assim a reforma da Previdência, Congresso, governo e sociedade civil terão apresentado um bom desempenho para resolver um dos principais abismos que separam o país do desenvolvimento. Próximo Texto: Novela sem fim Índice |
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