São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Funk do Rio incorpora críticas

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O ritmo do funk é mais rápido e dançante do que o hip-hop que faz sucesso em São Paulo. Mas o estilo carioca do rap está se aproximando do primo paulista ao abandonar suas letras superficiais e partir para a crítica social.
"O funk precisa mostrar pra classe mais baixa que devemos acreditar em nós mesmos, lutar pelos direitos", diz Luiz Felipe de Amorim, 25, o Dr. Rocha.
Integrante do trio de funqueiros Dr. Rocha, Mister Catra e DJ Edgar, todos moradores do morro do Borel, na Tijuca (zona norte), ele acredita que 96 será importante por marcar essa virada no funk, de maior conscientização social.
Um ano para se fazer novas músicas como o "Rap dos Desabrigados", do Mc Naldinho e Mc Renato, que fala de casas desabando em dias de chuva e de desabrigados que "corriam pra se salvar".
"O funk sempre imperou na favela. Agora tá descendo pro asfalto pra mostrar a nossa realidade", afirma Edgar Marins Júnior, 22, o DJ Edgar.
O antropólogo Hermano Vianna, 35, autor do livro "O Mundo Funk Carioca", diz que é preciso cuidado ao se falar em grupos funqueiros "mais conscientizados", como se o restante fosse menos importante culturalmente.

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