São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Acampados no Pontal temem novo atentado
LUIZ MALAVOLTA
Na noite da última sexta-feira, segundo registro da Polícia Militar, "três ou quatro homens armados", que se encontravam no interior da fazenda, fizeram disparos de revólver contra o acampamento, sem ferir ninguém. O coordenador do acampamento do MST, Walter Gomes, disse que as pessoas que dispararam os tiros "são jagunços da fazenda". A propriedade pertence ao fazendeiro Marcelo Negrão, de Presidente Prudente, que não é localizado desde sábado pela manhã pela Agência Folha. No fim da tarde de anteontem, segundo Gomes, houve novo incidente na área. Um grupo de funcionários da fazenda foi até a entrada da propriedade instalar uma porteira no local. "Eles começaram a fazer provocações contra nosso pessoal e a nos chamar de vagabundos e também xingar. O pessoal reagiu e destruiu a porteira, mas o pessoal da fazenda não revidou", afirmou. Segundo o MST, a Polícia Militar fez rondas no local durante o fim-de-semana. Gomes disse que muitas famílias retiraram seus filhos da área, com medo de novos incidentes na área. As 350 famílias acampadas estão em um terreno da Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A), em frente à fazenda, desde o último dia 20. O vice-presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente e porta-voz dos fazendeiros do Pontal do Paranapanema (extremo-oeste de São Paulo), Célio Romero de Souza, disse ontem que "não há clima" para violência. "O cenário é absurdo, por exclusiva culpa do governo de São Paulo, que não cumpriu sua palavra de assentar os sem-terra", disse Souza. Ele disse que o fazendeiro Negrão está "muito nervoso" e tem evitado falar com a imprensa sobre o assunto. Texto Anterior: MST vai ter ala no Carnaval Próximo Texto: EUA fazem homenagens aos mortos no Challenger Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |