São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Polícia está sem credibilidade

EMANUEL NERI
DO ENVIADO ESPECIAL

O relatório da Human Rights diz que a credibilidade da polícia do Rio está seriamente abalada e precisa passar por uma reforma radical. "A incapacidade da polícia de controlar as quadrilhas, assim como sua própria reputação de corrupção e violência, levou a essa crescente falta de confiança."
Para reforçar seu argumento, a Human Rights cita declarações de autoridades fluminenses pondo dúvidas sobre a reputação da sua polícia. O ex-secretário da Segurança Arthur Lavigne estima que nove entre dez policias do Rio são corruptos. O atual secretário da Segurança, general Nilton Cerqueira, concorda: "A Polícia Civil parece estar corroída por dentro, com bandidos ocupando cargos de responsabilidade".
A entidade lembra de uma audiência que manteve com Cerqueira, em que ele afirmou que 304 dos 362 policiais assassinados desde 1994 no Rio estavam de folga quando foram mortos. "Cerqueira acredita que esse dado reflete a corrupção da polícia e sua participação no violento submundo do crime", afirma o relatório.
O chefe de Polícia Civil do Rio, Hélio Luz, também contribuiu para o diagnóstico. Ele declarou que "não se trafica nada nesta cidade sem a conivência da polícia".
(EN)

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