São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Ponto Frio prepara contra-ataque

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O contra-ataque da rede de lojas carioca Ponto Frio à recente investida da Casas Bahia no mercado do Rio de Janeiro -com a compra da Casa Garson- já está pronto.
A empresa, dona de um faturamento da ordem de US$ 1,7 bilhão (em 1995) -cerca de 41% maior do que o de 1994-, está decidida a entrar mais forte no mercado paulista, onde já controla 73 lojas.
Para isso, estuda a compra de várias redes de lojas do interior de São Paulo, onde a Casas Bahia tem forte presença.
Na semana passada, a Casas Bahia anunciou que estuda comprar lojas da rede Móveis Mesbla.
"Queremos conquistar clientes em São Paulo que podem ser da Casas Bahia ou de outros concorrentes", diz Eduardo Koehler, diretor-executivo do Ponto Frio.
Interesse
A Folha apurou que a Casa Centro, rede com 23 lojas em concordata desde maio do ano passado, seria uma das empresas de interesse do Ponto Frio.
Se essa aquisição vingar, o Ponto Frio estaria assim dando troco à Casas Bahia que conseguiu fechar negócio com a Garson antes dele.
"Não sei se o Ponto Frio está ou não interessado na Casa Centro. Não cuido desse assunto", diz Koehler.
Ele diz apenas que pessoas encarregadas de sanear a Casa Centro estão distribuindo propostas de compra para várias empresas.
O Ponto Frio tem 205 lojas espalhadas pelos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar de carioca, a rede concentra suas lojas em São Paulo, com 73 pontos; no Rio de Janeiro, tem 46 e em Minas Gerais, 26.
Para este ano, os planos são de investir cerca de R$ 15 milhões para abrir entre 25 a 30 lojas no interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
No ano passado, o Ponto Frio abriu 12 lojas, das quais 7 em São Paulo. Para isso, gastou entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões, informa Albert Arar, diretor comercial.
"Na verdade, em 1995, fechamos lojas não-produtivas e abrimos outras em pontos mais interessantes".
Segundo Arar, é possível que também neste ano os pontos-de-venda mais fracos sejam desativados. Ele não quis fazer uma estimativa de quantas lojas poderiam ser fechadas.
Preço baixo
Para fazer frente ao crescimento da Casas Bahia -que também quer comprar as lojas da Móveis Mesbla no Rio de Janeiro-, o Ponto Frio promete trabalhar cada vez mais com preços baixos.
"O meu preço à vista, por exemplo, é menor do que o deles", diz Arar. O Ponto Frio opera com crediário parcelado em até dez vezes.
No pagamento de uma compra em três vezes (entrada mais duas parcelas), o cliente paga 6,9% de juros ao mês mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Até sete prestações, os juros cobrados sobem para 8,5% ao mês mais IOF e até dez parcelas a taxa aumenta para 9% ao mês mais IOF.

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