São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Folha obtém na Justiça liminar que suspende campanha do grupo Estado
DA REPORTAGEM LOCAL A justiça concedeu na última sexta-feira medida liminar solicitada pela Folha suspendendo a campanha publicitária da Enciclopédia Oxford em fascículos, do "Jornal da Tarde".A Folha entrou com o pedido de liminar porque é detentora dos direitos da Enciclopédia Ilustrada Oxford no Brasil. O "Jornal da Tarde" tem os direitos da Enciclopédia Oxford para Crianças. São obras absolutamente diferentes. A enciclopédia sobre a qual a Folha detém os direitos tem 3.300 páginas e nove volumes. A versão original da Enciclopéia Oxford para Crianças tem sete volumes, mas o "Jornal da Tarde" vai lançá-la em um só. Em nenhum momento a campanha do "Jornal da Tarde" esclarece que vai distribuir a versão infantil da enciclopédia. A juíza Christine Santini Muriel, da 17ª Vara Cívil de São Paulo, aceitou a tese de propaganda enganosa defendida pelos advogados da Folha. "Concedo a medida liminarmente, para determinar a sustação da campanha publicitária da ré até que seja alterado ou corrigido seu conteúdo para indicar de forma clara o produto que dela é objeto, ou seja, a 'Enciclopédia Oxford para Crianças", escreveu a juíza. David Wynn, responsável pela área de direitos autorais da Oxford University Press, diz em correspondência à Folha: "Nós estamos tomando medidas imediatas para suspender a campanha". A Folha adquiriu no ano passado os direitos autorais sobre grandes obras de referência e estuda qual delas servirá de base para a grande coleção de fascículos que o jornal vai lançar neste ano. A S.A. O Estado de S. Paulo, empresa que edita o "Jornal da Tarde", descobriu que a Enciclopédia Oxford era uma dessas obras por meio de material promocional distribuído pela Folha ao mercado publicitário. Para confundir o leitor, comprou de uma empresa chilena outra obra com a grife Oxford e decidiu distribuí-la no "Jornal da Tarde". "A esperteza não deu certo", diz Flávio Pestana, 32, diretor-executivo de marketing e circulação da Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha. Segundo ele, a Folha procura comprar com muita antecedência, no mundo inteiro, o que há de melhor para distribuir em fascículos a seus leitores. "O 'Estado', em vez de imitar a Folha nisso também, usa produtos de qualidade infinitamente inferior. Ele deveria dar algo de melhor nível a seus leitores", sugere. Texto Anterior: Mineração deve atrair 45 empresas ao país Próximo Texto: ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE AS DUAS ENCICLOPÉDIAS Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |