São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Muitos jogos, muita dor

CIDA SANTOS

Nesta temporada, o vôlei da Superliga Masculina está tropeçando na tabela. É um exagero total de jogos. Os times estão disputando uma média de quatro partidas a cada oito dias. E todo mundo perde com isso: as equipes mal têm tempo para treinar, e a maratona de jogos acaba provocando maior número de contusões nos atletas. Resultado: a qualidade técnica também fica comprometida.
Para uma medida de comparação, vale lembrar como são disputados outros campeonatos. Na Itália, os times fazem uma pré-temporada antes do início do torneio e jogam uma partida a cada final de semana. Apenas em situações especiais é marcado mais um jogo no meio de semana. No Japão, os times disputam uma partida no sábado e outra no domingo.
No Brasil, basta olhar a tabela para sentir o problema. Vamos pegar o Chapecó como exemplo. Dia 21, o time jogou com o Estrela do Oeste em Divinópolis (MG); dois dias depois, na terça-feira, enfrentou o Minas em Belo Horizonte; sexta-feira já estava em Chapecó (SC) para jogar com o Olympikus; e ontem voltou à quadra contra o Palmeiras (SP). Em oito dias, quatro jogos em três cidades.
Diante desse quadro, o levantador Paulo Roese, da Frangosul, tem total razão quando diz que nesta Superliga quem vai acabar ganhando não é o melhor time, mas aquele que contar com a equipe inteira por mais tempo.
Nas últimas rodadas, Roese sentiu na pele o significado dessa frase. Machucou o joelho e tem enfrentado sessões intensivas de fisioterapia para voltar à boa forma.
Nessa maratona, contusões é o que não faltam. Um exemplo: na última semana, contra o Report/Suzano, o Banespa entrou na quadra sem meio time titular. Nalbert, Gustavo e Brás, os três machucados, tiveram que ser poupados. Essa mesma situação é vivida pelos outros times.
Alô, dirigentes da CBV: tabela desse jeito derruba todo mundo.
Para terminar, estas últimas linhas são dedicadas ao Olympikus/Telesp, do técnico Bebeto de Freitas. Nestas 15 rodadas, foi o time que mais impressionou. Na vitória por 3 sets a 0 sobre o Chapecó, na última sexta-feira, o show foi do levantador Maurício, totalmente demais em quadra.
A outra boa nova do time é o meio Claudinei. Depois de amargar contusões seguidas, ele está de volta e jogando muito. Merece já entrar na listinha do técnico José Roberto para a seleção que irá se preparar para Atlanta.

Notas
Fica aqui o desafio: quem vai conseguir vencer o Leite Moça na Superliga? No sábado, o time passou pelo Sollo/Tietê por 3 sets a 1 e completou 15 vitórias. A equipe, líder e invicta, perdeu apenas três sets na competição. Na Superliga Masculina, preocupação na Frangosul: o atacante Alexandre está com meningite.
*
No Campeonato Italiano, o Sisley Treviso, dos atacantes Zorzi e Bernardi, venceu o Las Daytona Modena por 3 sets a 1. O Modena continua na liderança, com 15 vitórias e 2 derrotas. O Sisley ocupa o terceiro lugar, com 12 vitórias e 5 derrotas.
*
Quem lucrou com a derrota do Modena foi o Alpitour Cuneo, do espanhol Pascual. O time de Cuneo venceu o Schio, do búlgaro Ganev, por 3 sets a 1, e empatou com o Modena com 15 vitórias e 2 derrotas. Na média dos sets, a turma de Pascual está em desvantagem e ocupa a vice-liderança. Já o Napoli, de Pampa, perdeu para o Gioia del Colle por 3 sets a 2 e caiu para a nona posição.
*
No Campeonato Japonês, a liderança é da NEC, do brasileiro Eduardo Pezão, com seis vitórias e três derrotas. O time venceu o Suntory, atual campeão, por 3 sets a 0. Na rodada seguinte, a equipe de Pezão foi derrotada pela Panasonic, do norte-americano Craig Buck, por 3 sets a 2.

Texto Anterior: O perigo da falta de um simples não
Próximo Texto: Becker derrota Chang e leva título do Aberto da Austrália
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.