São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Taxas de juros caem no mercado futuro

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As taxas de juros no mercado futuro voltaram a cair ontem, dia em que o mercado financeiro ficou ainda na expectativa para saber qual será a taxa do Banco Central para o início de fevereiro.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), os juros para o mês de fevereiro ficaram em 2,40%, contra 2,42%, resultado de sexta-feira.
Para o mês de março, as taxas dos CDIs (Certificados de Depósitos Interbancários) recuaram de 2,33% (na sexta) para 2,31%, ontem.
Operadores do mercado financeiro dizem acreditar que a velocidade da queda dos juros pode ficar abaixo dos 2,40%, projetados pelo mercado futuro. Segundo esses mesmos operadores, o Banco Central deverá ser "mais conservador" do que a BM&F projeta.
Eles enumeram ao menos duas razões para sustentar o raciocínio. A primeira é que o ritmo de atividade da economia neste início de ano estaria acima do desejado pelo Ministério da Fazenda.
Para reforçar essa posição, analistas lembram a velha máxima repisada por diretores do BC de que é melhor pecar por excesso, em matéria de juros. Ao menos é isso que o governo vem fazendo desde o início do Real.
Para alguns analistas, no entanto, as vendas cresceram apenas para alguns setores e não é possível extrapolar essa situação para a economia como um todo.
Outro ponto é o déficit comercial esperado para o mês de janeiro, que alguns calculam que pode chegar aos US$ 300 milhões. Estimativas menos alarmistas falam em US$ 100 milhões de déficit.
Ontem, o Banco Central voltou a "enxugar" o excesso de dinheiro que as instituições financeiras tinham em mãos.
A autoridade econômica tomou recursos emprestados por dois dias (exatamente como fez na sexta-feira), pagando taxa de 3,40%.
O dólar comercial operou ontem tranquilo, primeiro dia de operação da nova minibanda de variação da moeda norte-americana.
O mercado estima que o saldo foi positivo, com as entradas de dólares superando as saídas em cerca de US$ 50 milhões. Mais uma vez o BC precisou entrar para vender dólares no mercado flutuante, desta vez a R$ 0,983.

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