São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996
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Vignelli privilegia pureza das cores

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

O designer gráfico italiano Massimo Vignelli é uma das estrelas do Panamericana 96 Graphic Design, congresso de design gráfico que se realizará em São Paulo, entre os dias 4 e 8 de março.
Para o evento, criou um cartaz todo vermelho. "O vermelho é uma das cores típicas do nosso trabalho. Branco, preto e vermelho. Usá-lo, é uma posição, eu diria, antiga, construtivista. O vermelho é uma cor emocionante, muito mais do que as outras. Tem uma função de impacto, mais evidente ainda se não tem outras coisas dentro que tirem a atenção", disse em entrevista à Folha, por telefone, de Nova York.
Vignelli nasceu em Milão, em 1931. Estuda arquitetura, mas opta pelo design, não apenas gráfico, mas também de móveis e produtos. Em 1965, transfere-se para os EUA e se estabelece em Chicago.
Em seus trabalhos, Vignelli privilegia a tipografia e a pureza das formas e das cores, em detrimento de aspectos decorativos da comunicação visual.
Entre seus trabalhos mais importantes estão o sistema de sinalização do metrô de Nova York, cidade onde trabalha, e o sistema de identidade visual da Benetton.
Seu trabalho, porém, não tem relação com o sucesso comercial da empresa italiana. "De um lado existe o design gráfico que se ocupa de publicidade e que tem uma natureza mais comercial. De outro lado, existe algo que chamamos 'information architecture', com a qual eu trabalho, cuja finalidade principal é usar o design gráfico como organização de informação. Meu trabalho para a Benetton não tem relação com a publicidade da empresa, realizado por Oliviero Toscani. Eu me preocupo com problemas da organização da informação. Meu trabalho é colocar ordem onde antes havia desordem, dar uma continuidade à imagem da empresa", explicou.
É disso que falará no Brasil, de sua experiência com problemas de comunicação e informação relacionados ao sistema "Corporate Identity Programs" (programa de identidade de empresas).
No país ainda, Vignelli aproveitará para visitar algumas cidades que foram importantes em sua formação de arquiteto. "O Brasil me interessa muito por sua diversidade. Me interessa a arquitetura colonial de Ouro Preto, assim como Brasília, que faz parte da parte mais emocionante da minha formação, com Niemeyer, Lúcio Costa... Niemeyer era uma prova da validade da arquitetura de Le Corbusier implantada no Brasil. Tem ainda Burle Marx, Lina Bo Bardi... O Brasil é um país vigoroso, que se conhece por sua arquitetura, música, arte...", disse.

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