São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996
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Impasse no Orçamento leva EUA a falar em dar calote na dívida

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O secretário-assistente do Tesouro Larry Summers disse ontem que os EUA podem se juntar "à pequena lista de países" que já deram calote se o Congresso não aumentar o teto de endividamento nacional até março.
Segundo Summers, só Myanma, Angola, Argentina, Venezuela, Brasil, Vietnã e Rússia compõem a lista de países caloteiros.
A oposição, que controla o Congresso norte-americano, ameaça não elevar o limite da dívida pública nacional dos atuais US$ 4,9 trilhões para US$ 5,5 trilhões enquanto o impasse do Orçamento não estiver resolvido.
O governo federal dos EUA está funcionando sem Orçamento até 15 de março. No dia 1º de março vencem vários de seus compromissos de juros.
O Departamento do Tesouro tem afirmado que, se o governo não puder contrair novos empréstimos para pagar suas dívidas, esses compromissos não serão saldados, e as consequências do calote podem ser graves.
Summers diz que haverá uma crise de liquidez sem precedentes na história do país e os juros vão subir de forma dramática se isso ocorrer. Ele também prevê dificuldades para o governo realizar os pagamentos dos benefícios da Previdência Social se não puder aumentar sua dívida.
A agência de avaliação de títulos Moody's Investors Service estuda a possibilidade de rebaixar a classificação de títulos do Tesouro norte-americano na semana que vem.

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