São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
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De volta ao muro

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Pitta respondeu a Serra, com Saulo Ramos de juiz em causa própria.
Pinotti bateu em Pitta, Fidelix bateu em Serra, Enéas disse ser a "salvação da pátria".
A propaganda seguiu tão costumeira, que nem parecia último dia.
Mas a questão não eram mais os ataques ou delírios. A questão é se Serra vai apoiar Erundina ou não.
Foi a motivação subliminar no programa petista, que não respondeu aos tucanos, apesar das críticas. Erundina só dizia:
- Conto com seu voto.
Conta, sobretudo, com o voto dos tucanos.
O governador Mário Covas, cercado em entrevista na Gazeta, admitiu:
- Eu não voto no candidato do Maluf!
Depois desconversou, e avaliou o apoio de forma abstrata:
- Eleição é apaixonada. Brigar no primeiro turno e se aliar no segundo é difícil.
E briga é o que Serra está se esforçando por fazer, com os petistas. De própria voz, ontem no horário eleitoral:
- Erundina fez muito pouco e a cidade quase virou um caos.
Outra, de alguém no programa tucano de rádio:
- Erundina não fez nada por São Paulo. Vamos mandar uma pessoa paulista mesmo, o Serra!
Além do ataque à administração, insinuações contra a origem paraibana.
É "difícil" a aliança.
O debate da Bandeirantes não parecia ter outro assunto.
Sem Saulo Ramos à frente, Pitta não escapou da armadilha. Foi envolvido pela denúncia da operação financeira, não respondeu, não explicou. Atacou a política econômica.
Serra devolveu com a palavra "moralidade".
E até Erundina tirou uma lasca do constrangimento malufista.

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