São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
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Chile começa hoje a se integrar ao Mercosul

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Mercosul coloca em prática o primeiro acordo de livre comércio com um país vizinho. Hoje, os quatro países do bloco e o Chile iniciam a redução tarifária negociada ao longo de dois anos.
O acordo não significa a inclusão do Chile ao Mercosul. Aponta mais a tendência de aproximação do país vizinho, que terá o compromisso de adequar suas tarifas às do bloco gradativamente.
Esse é o primeiro de uma série de acordos em negociação. Em dezembro, o Mercosul firma documento similar com a Bolívia e também um acordo geral com a Comunidade Andina de Países.
Mais próximo do Chile, o Mercosul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina) tem garantido seu acesso a portos do Pacífico.
O Chile pretende ainda injetar US$ 750 milhões na reforma e ampliação de portos, estradas e aeroportos até o ano 2000 -o que facilitará o trânsito de mercadorias.
Para os quatro sócios do bloco, o acordo com o Chile abre um mercado de 15 milhões de habitantes, com renda per capita de US$ 2.870, segundo dados do Banco Mundial relativos a 1994.
Pode não significar muito quantitativamente, mas trata-se de um mercado interessado particularmente nos veículos, calçados, café, frutas tropicais e carnes do Brasil.
Também representa acesso mais fácil -e mais barato- de produtos como o cobre, vinhos, frutas e pescados chilenos.
O acordo prevê que haverá redução tarifária de 40% para um total de 60% dos bens comercializados entre o Mercosul e o Chile.
Depois de 1º de janeiro, a diminuição tarifária será de mais oito pontos percentuais e, dentro de oito anos, a alíquota será zerada.
Só então haverá efetivamente a zona de livre comércio entre Mercosul e Chile, com a ressalva para uma lista de 18 produtos agropecuários chilenos.
Ao circularem entre Mercosul e Chile, as mercadorias desses países serão taxadas em 6% de seu valor, em média. Até ontem, o Chile cobrava 11% sobre o valor das mercadorias do Mercosul. O bloco sul-americano, por sua vez, mantinha 40% sobre produtos chilenos.

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