São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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À véspera da eleição, PSDB e PPB travam batalha jurídica

DA REDAÇÃO

A campanha eleitoral paulistana encerra o primeiro turno marcada por uma batalha judicial entre o PPB de Celso Pitta e o PSDB de José Serra e por uma saraivada de acusações entre o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, e o comando da campanha malufista.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de suspender o direito de resposta que os advogados de Pitta obtiveram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo caiu como uma bomba ontem na direção da campanha do PPB.
"Fomos assaltados à mão armada", disse Duda Mendonça, principal publicitário de Pitta.
Os cinco minutos autorizados pelo TRE seriam usados para responder à denúncia de que o candidato malufista teria patrocinado uma operação irregular usando títulos da Prefeitura de São Paulo.
O negócio teria causado prejuízos de R$ 1,761 milhão aos cofres da prefeitura paulistana.
Foi montada uma operação de guerra: a resposta foi preparada em conjunto pelos publicitários, por um representante da Secretaria das Finanças e pelo advogado Saulo Ramos, contratado para defender Pitta das acusações.
Os pepebistas queriam dizer que a operação com os títulos, na verdade, deu lucro para a prefeitura.
Duda Mendonça insinuou que o ministro Motta influenciou a decisão do TSE. "Fomos garfados."
Com a decisão, Pitta perdeu 15 minutos que ocuparia ontem e hoje na programação diária na TV e 26 minutos no no rádio. Foi o PSDB que impetrou medida cautelar contra a veiculação do direito de resposta requerido por Pitta.
O relator do processo no TSE, ministro Eduardo Alckmin, concedeu liminar ontem mesmo.
A propaganda eleitoral gratuita terminou anteontem. Se apenas Pitta ocupasse espaço nas emissoras de TV e rádio, os outros candidatos estariam prejudicados.
Horas antes, era Motta quem acusava o PPB e Pitta: o ministro afirmou que o prefeito Paulo Maluf queria Pitta em seu lugar para preservar "um esquema montado de corrupção em São Paulo".
Apreensões
A TRE apreendeu material de campanha do PPB em vários pontos da cidade. O Código Eleitoral proíbe a realização de propaganda política num período de 48 horas antes do dia da eleição.
Também foram apreendidos cerca de 500 mil exemplares de um jornal tablóide com reportagens contra Luiza Erundina, do PT.

LEIA MAIS sobre a disputa entre PPB, PSDB e PT às págs. Esp. 3 a 5

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