São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996 |
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PT quer usar capital para 'tomar' Estado CARLOS ALBERTO DE SOUZA CARLOS ALBERTO DE SOUZA; LÉO GERCHMANN
LÉO GERCHMANN Porto Alegre (RS) deverá eleger o PT pela terceira vez consecutiva, já no primeiro turno, conforme têm indicado as pesquisas Datafolha. Confirmada essa tendência, o PT garantirá 12 anos ininterruptos de administração na capital gaúcha. O candidato petista Raul Pont deve suceder a Tarso Genro, que assumiu a prefeitura depois de Olívio Dutra (1989-92). A sucessão de três mandatos é um fato inédito para o PT nas capitais. O partido também disputa as eleições, com chances de vitória, nas duas principais cidades do interior: Caxias do Sul e Pelotas. A possibilidade de ganhar nesses municípios fortalece o PT para a briga pelo governo do Estado em 1998. Em 1994, Dutra foi para o segundo turno com Antônio Britto (PMDB). Certo da vitória, Pont, 52, disse em recente entrevista à Agência Folha que o PT "tem de lutar para dominar o Estado e conquistar o país". A única candidata que ameaça o plano petista de vencer no primeiro turno, conforme as pesquisas, é Yeda Crusius (PSDB). A ex-ministra do Planejamento no governo Itamar Franco cresceu nas pesquisas evitando ataques à administração do PT -o prefeito Genro tem cerca de 70% de aprovação popular. De 9 de julho a 27 de setembro, Crusius pulou de 7% para 18% (Pont oscilou entre 46% e 51% nesse período). Crusius disse, durante a campanha, reconhecer "os acertos da atual administração". Na esperança de impedir a vitória de Pont amanhã, ela tem insistido na idéia de que o segundo turno "é essencial para que a população diga aos dois candidatos o que deve ser mantido e o que precisa ser feito". Tática A candidata Maria do Carmo (PPB), que adotou uma estratégia oposta à de Crusius, ocupava o segundo lugar na pesquisa Datafolha no dia 9 de julho, com 14%, e caiu para quarto lugar no levantamento do último dia 29, com 6%. Além de ter feito ataques ao PT, ela prometeu adotar iniciativas do prefeito Paulo Maluf (PPB) em São Paulo, como o Cingapura e o PAS. Quando concorreu à Presidência da República em 1989, Maluf conseguiu apenas 3,42% dos votos em Porto Alegre. O prefeito paulistano não foi à capital gaúcha durante a campanha, mas participou de gravações para o programa de TV de Maria do Carmo. O governador Britto, conforme as pesquisas, sairá derrotado da eleição em Porto Alegre, porque apoiou, além do candidato do seu partido, Paulo Odone (PMDB), os candidatos do PSDB e do PPB, que compõem a base de sustentação política do seu governo. Texto Anterior: Cunhado de Jereissati renuncia Próximo Texto: Partido leva 35 mil a comício Índice |
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