São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Disputa envolve pretensão ministerial

VALDO CRUZ
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

A eleição municipal em Belo Horizonte transformou-se numa disputa por mais espaço no governo Fernando Henrique Cardoso e uma prévia da próxima sucessão estadual.
O governador de Minas, o tucano Eduardo Azeredo, trabalha para eleger Amílcar Martins (PSDB) e mais cerca de 150 prefeitos no interior do Estado. Minas tem 853 municípios.
Atingindo seu objetivo, vai pleitear a indicação de pelo menos um ministro na reforma ministerial que virá depois das eleições.
Azeredo não gosta de comentar o assunto, mas já tem até o nome de quem deseja apadrinhar: o amigo Pimenta da Veiga, ex-presidente do PSDB.
Os tucanos mineiros dizem que está na hora de o PSDB deixar de ser um partido cujas decisões são tomadas apenas em São Paulo.
O principal adversário de Azeredo chama-se Newton Cardoso (PMDB). Deputado federal e ex-governador de Minas, ele se aproximou de FHC e tem articulado apoio à reeleição.
A aproximação, que irritou Eduardo Azeredo, faria parte do projeto de Newton Cardoso de retornar ao Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro.
Caso a reeleição seja aprovada, Azeredo e Cardoso devem se enfrentar na eleição estadual de 1998.
Derrotar o candidato do governador em BH também faz parte do projeto político de Cardoso.
Os tucanos dizem que ele está financiando a campanha do candidato Célio de Castro (PSB) para "limpar" sua imagem em Belo Horizonte.
O ex-governador, que escapou de uma processo de impeachment, tem uma alta taxa de rejeição na capital do Estado.
Castro rebate as acusações dizendo que se aliou apenas ao PMDB. Não foi atrás do apoio pessoal de Newton Cardoso, que deve ser eleito prefeito de Contagem.
Será uma derrota do PSDB, que hoje administra a cidade.
Esquerda
Os três principais candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte têm origens na esquerda.
Amílcar Martins foi do PCB. Célio de Castro, do PC do B. E Virgílio Guimarães (PT) foi trotskista.
Segundo a última pesquisa Datafolha, Martins está na frente, com 27%. Em seguida, aparecem Castro (23%) e Guimarães (21%).
Os demais candidatos não têm chances: Júnia Marise (PDT) e Paulino Cícero (PFL) são os mais conhecidos e são disputados pelo PT e PSB para alianças no segundo turno.
Outro ponto em comum entre os três candidatos é que eles passaram a campanha prometendo dar continuidade a projetos do atual prefeito, o petista Patrus Ananias.

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