São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Apoio de ex-governador atrapalha Castro

DO ENVIADO ESPECIAL

A grande tarefa do candidato Célio de Castro (PSB) nessa reta final da campanha foi tentar se desvencilhar da imagem do ex-governador Newton Cardoso (PMDB).
O crescimento de Castro transformou-o no principal alvo dos candidatos Amílcar Martins (PSDB) e Virgílio Guimarães (PT).
Martins e Guimarães passaram a vincular a figura de Castro, considerado um político de credibilidade em Minas, com a do peemedebista Newton Cardoso.
Castro fechou uma aliança com o PMDB de Belo Horizonte depois que o PT decidiu lançar Virgílio Guimarães candidato.
Vice-prefeito, Célio de Castro diz que contava com o apoio do prefeito atual, o petista Patrus Ananias.
Castro justifica sua aliança com o PMDB dizendo que derrotou o ex-governador na convenção do partido que decidiu apoiá-lo.
Afirma ainda que se aliou aos peemedebistas que desejam recuperar a imagem histórica de esquerda do partido.
Em sua defesa, Castro também ataca os outros candidatos.
"O PT e o PSDB fizeram alianças com o mesmo PMDB no interior do Estado. É o mesmo partido do Newton Cardoso."
O problema de Célio de Castro é que Cardoso, que escapou de um processo de impeachment quando foi governador de Minas, tem dado declarações oficiais de apoio à sua candidatura.
No último sábado, Newton Cardoso atacou o tucano Amílcar Martins, chamando-o de "candidato de proveta" e "vereador de quarta categoria". Na mesma entrevista, declarou explicitamente seu apoio a Castro: "Célio vai ser o primeiro lugar. Ele é o melhor".
Como Guimarães e Martins, Castro, 64, tem origens na esquerda. Foi do PC do B. Deputado federal por dois mandatos, também já esteve no PSDB, antes de se transferir para o PSB.
Como médico, Castro se aproximou e ganhou a amizade de políticos mineiros como Tancredo Neves e Hélio Garcia. Disputa a Prefeitura de Belo Horizonte sem se licenciar do cargo de vice-prefeito. Até hoje despacha no seu gabinete.

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