São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Militância é a esperança de Guimarães

DO ENVIADO ESPECIAL

O PT aposta na sua militância para chegar ao segundo turno em Belo Horizonte, cidade que já conta hoje com um prefeito petista, Patrus Ananias.
A estratégia é colocar 30 mil militantes nas ruas amanhã para fazer trabalho de boca de urna.
Uma média de cem para cada ponto de votação na capital de Minas Gerais.
"Nós temos uma grande militância, o Célio (de Castro, candidato do PSB), não. Isso vai fazer diferença na reta final", afirma Américo Antunes, coordenador de comunicação da campanha de Virgílio Guimarães.
O petista começou a disputa em primeiro lugar nas pesquisas do Datafolha.
Em 9 de julho, contava com 28% dos votos dos belo-horizontinos. O seu principal concorrente pelo segundo turno, Célio de Castro, tinha menos da metade, 12%.
A situação se inverteu. A última pesquisa do Datafolha mostra Célio de Castro com 23% e Virgílio com 21%.
O crescimento de Castro fez com que o PT mudasse sua tática e passasse a atacar o atual vice-prefeito.
Os petistas começaram a criticar Castro por sua aliança com o PMDB, partido do ex-governador Newton Cardoso, que tem alta taxa de rejeição em Belo Horizonte.
Guimarães, 46, ex-trotskista, já foi deputado federal. Hoje, é vereador de Belo Horizonte.
Disputou e perdeu uma vaga no Senado nas últimas eleições. Antes, já havia perdido eleição para o governo do Estado e para a mesma Prefeitura de Belo Horizonte.
Não era o candidato do prefeito Patrus Ananias, que preferia o seu vice, Célio de Castro.
Acabou ganhando a indicação dentro do PT, que não aprovou um nome que não fosse do partido. Castro é do PSB.
Apesar da disputa apertada, Guimarães acredita que irá para o segundo turno e já ensaia algumas negociações com outros partidos.
Ele espera fechar uma aliança com o PFL e o PDT, dois partidos com candidatos sem chance de vitória. Acredita ainda que contará com o apoio do vice-prefeito no segundo turno.

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