São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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"Basquiat" abre 20ª Mostra no dia 17

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DE CINEMA

A 20ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo abre-se no dia 17 de outubro, às 21h30, nos salões da estação Júlio Prestes, com uma mudança estratégica: a redução do número de filmes.
No ano passado eram cerca de 200. Caem, em 96, para aproximadamente 160. Segundo Leon Cakoff, diretor do evento, "o público tinha dificuldade de acompanhar a mostra, por excesso de opções".
As características, porém, não se alteram. Por um lado, a mostra continua a enfatizar a competição de filmes de novos diretores. Por outro, a seção Perspectiva Internacional busca mostrar a produção internacional recente (de 36 países, em 96). Estão incluídos aí desde os independentes do cinema americano (casos de "Basquiat", de Julian Schnabel -que abre o evento) até as emergentes potências asiáticas, como Taiwan e Irã.
Aqui, nomes já famosos no circuito internacional -Spike Lee, Otar Iosseliani, Manoel de Oliveira, Volker Schlõndorf, Eric Rohmer- convivem com cineastas revelados há pouco no Brasil pela própria mostra (como Wong Kar-wai e Mohsen Makhmalbaf).
Ao lado destes, existem os filmes de realizadores a descobrir, como o francês BenoŒt Jacquot ou o chileno Raoul Ruiz. Entre as retrospectivas, uma traz oito filmes do grego Theo Angelopoulos. A outra, do japonês Eizo Sugawa, promete ser a grande surpresa de 96.
Ele já foi um dos cineastas favoritos dos cinéfilos paulistas dos anos 60. Depois, desapareceu. Vêm para a mostra dois inéditos, "O Rio dos Vaga-Lumes" (87) e "Raros Sonhos Flutuantes" (90). Dois filmes antigos ("Desafio à Vida", de 61, e "Caça às Feras", de 74) também estão no programa.
Com isso, será possível acompanhar sua evolução, do niilismo inquieto da juventude ao amargor da maturidade. Será um reencontro com um cineasta admirável, paradoxalmente mais valorizado no Brasil do que no próprio Japão.

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