São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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Indiano faz o vazio falar por meio de esculturas

DA REPORTAGEM LOCAL

Anish Kapoor, artista de origem indiana radicado na Inglaterra, tem um projeto ambicioso: busca fazer obras que parecem ter existido desde sempre, como se não fossem feitas por mãos humanas.
A sala especial que a Bienal dedica a Kapoor mostra que ele não se fixa em uma única técnica. Trabalha com pedras, fibra de vidro, madeira e alumínio, por exemplo.
Tem, contudo, obsessão por vazios, buracos, entranhas, ocos. Segundo o artista, esses vazios não são símbolos ou metáforas de nada. Eles estão ali para provocar sentimentos. Sua idéia é de que o vazio pode "falar", comunicar sensações de medo, de morte, de desespero ou de prazer sexual.
Kapoor busca um denominador comum entre a arte do Ocidente e do Oriente. Suas esculturas mesclam formas orgânicas típicas da arte oriental -como a superfície áspera de uma pedra- com figuras geométricas.
O resultado poético desse cruzamento vem agradando. Kapoor, 42, é um dos mais prestigiados artistas contemporâneos. Já expôs na Bienal de Veneza e na Documenta de Kassel, duas das mais importantes mostras de arte do mundo. É a segunda vez que vem a São Paulo.

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