São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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Candidata oferece cargos ao PSDB e PMDB

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Tão logo ficou sabendo do resultado das pesquisas de boca-de-urna que indicavam sua ida para o segundo turno da sucessão paulista, Luiza Erundina (PT) convidou PSDB e PMDB para integrarem um eventual governo seu.
Em entrevista exclusiva à Folha, Erundina afirmou que o apoio do PSDB e do PMDB "não será difícil". Leia trechos da entrevista:
Folha - As avaliações preliminares no PSDB são de que será difícil o apoio direto à sua candidatura. Talvez o partido libere seu eleitor.
Luiza Erundina - Seria absurdo imaginar que nesse clima em que as urnas nem sequer estão apuradas eles pudessem tomar outra atitude mais definitiva. É compreensível. Não queremos precipitar. Vamos conversar. Temos tempo para isso. Acredito que o PSDB ou pelo menos setores importantes do PSDB vão estar juntos conosco.
Folha - A sra. sempre falou nesses setores. Agora que está praticamente no segundo turno não dá para revelar esses nomes?
Erundina - É ainda cedo até porque não cabe a mim, candidata, encaminhar esse processo. Isso cabe aos dirigentes do partido. Qualquer manifestação precipitada pode prejudicar os encaminhamentos em um processo extremamente importante como esse. Queremos construir um arco de alianças para ganhar no segundo turno e governar São Paulo.
Folha - A sra. acha mais difícil um apoio do PSDB ou do PMDB?
Erundina - Não acho difícil nenhum dos dois. Desde que a gente consiga dialogar a partir de compromissos, de propostas e com as pessoas certas. Acho que vai ser possível ganhar as duas forças para a nossa campanha no segundo turno e para o governo de São Paulo na próxima gestão.
Folha - Confirmada sua ida para o segundo turno, o que muda a sua campanha em relação ao primeiro turno?
Erundina - Por estar com outras forças políticas, só este dado já implica uma mudança e uma adequação da estratégia. Vamos ter de ver como superar as imensas dificuldades de ordem material. Nós não tínhamos nem bandeirinhas. Não tínhamos o mínimo de produção para colocar a campanha na rua em uma cidade de mais de seis milhões de eleitores.

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