São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Juiz vê caos na Baixada
SERGIO TORRES
Mello visitou no início da tarde o município de Belford Roxo (a 15 km do Rio). Do helicóptero, ele avistou cenas ilustrativas do desrespeito vigente em relação às normas eleitorais. Em Belford Roxo, segundo a PM (Polícia Militar), havia cerca de 15 mil pessoas ocupando ruas em trabalho de boca-de-urna. O trânsito parou na cidade, da via Dutra (rodovia Rio-São Paulo) aos limites com municípios vizinhos. Ao descer do helicóptero, Mello ouviu do juiz eleitoral José Acir Lessa frase que simbolizou o quadro eleitoral da Baixada ontem: "Aqui é o caos completo". Lessa disse a Mello, na frente do presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, Antônio Carlos Amorim, que faltavam policiais e fiscais. Mello ficou calado. Amorim tratou de responder: "Vamos ver isso agora". Outro juiz eleitoral da Baixada, Antônio Carlos Arrábida, também fez críticas. "Eu mesmo tive de prender gente fazendo boca-de-urna em frente a locais de votação. Não havia policiamento", afirmou o juiz. O TRE-RJ qualifica Belford Roxo (221.456 eleitores) como um dos lugares mais problemáticos do Estado. Em 94, o prefeito Jorge Júlio dos Santos, o Joca, foi assassinado. Há duas semanas, o prefeito Mair Rosa, no cargo desde a morte de Joca, sofreu um atentado. Urnas O índice de urnas eletrônicas que apresentaram falhas no Estado do Rio de Janeiro pode chegar a 15%, segundo o TRE. Até o final da tarde, o índice apurado era 5%, mas muitos relatórios de juízes eleitorais não tinham chegado ao TRE. Em todo o Estado, havia 16.630 seções com urnas eletrônicas. Texto Anterior: Apuração dos votos começa mais lenta que a expectativa inicial do TSE Próximo Texto: Candidatos nanicos alimentam folclore Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |