São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996
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Maluf caminha para o Planalto, diz Pitta

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato Celso Pitta (PPB) acredita que uma vitória do partido em São Paulo coloca uma camada de asfalto no caminho do prefeito Paulo Maluf rumo ao Palácio do Planalto, em 1998.
"São Paulo é a ressonância de todo o país. O prefeito Paulo Maluf é um político importante no cenário nacional, que tem nessa eleição um grande cacife para o seu futuro político", disse Pitta.
Antes de votar na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) da av. Santo Amaro (zona sul), Pitta tomou café da manhã com Maluf, na casa do prefeito.
Às 10h05, votou na 281ª seção da 5ª Zona Eleitoral. Foi aplaudido por eleitores ao chegar e ao sair.
Depois, às 10h45, acompanhou sua mulher Nicéa, que votou na FMU da rua Iguatemi (zona sul). Ali, houve um rápido incidente envolvendo seguranças de Pitta e um fiscal do PSDB, que gritava "pau-mandado" para o pepebista.
Pela manhã, os pepebistas acreditavam na possibilidade de vitória já no primeiro turno. A cúpula da campanha se baseava em pesquisas encomendadas pelo partido.
"Todos sabem que pesquisas recentes apontam um empate técnico entre a minha candidatura e a soma dos demais", disse Pitta.
Rumo ao Planalto
Às 15h15, o prefeito e o candidato saíram da casa de Maluf, na rua Costa Rica (Jardins, zona oeste), para cumprimentar eleitores que estavam na porta.
"Pra cima, pro alto, Maluf no Planalto", gritavam os eleitores. Às 16h40, Maluf e Pitta saíram novamente, por cinco minutos.
Às 16h chegaram o investidor Naji Nahas, amigo do prefeito, e o deputado Adhemar de Barros Filho. Nahas também passou a tarde na casa de Maluf no dia em que ele foi eleito prefeito, em 1992.
Motta
Pitta acompanhou o tom do presidente do PPB, Esperidião Amin, que exigiu anteontem do presidente Fernando Henrique Cardoso a saída de Sérgio Motta como condição para que os pepebistas aceitem discutir a emenda da reeleição no Congresso.
Segundo Pitta, esse é o resultado das ações do ministro, é o que conseguiu "com sua capacidade de agredir, de se exceder". "Eu acredito que isso deve ser pensado seriamente pelo presidente Fernando Henrique", disse o pepebista.
"O Brasil sairia ganhando com a saída desse cidadão do governo", disse Pitta, que ressaltou que estava falando em nome pessoal: "Quem está falando isso é o cidadão que por três meses foi desrespeitado por esse ministro."
O candidato creditou o crescimento de sua candidatura nos últimos dois dias às "baixarias" dos adversários. Era uma referência indireta aos tucanos. "O feitiço virou contra o feiticeiro."
Pitta também criticou o governo do Estado, responsabilizando-o pelas enchentes de ontem. "As obras da prefeitura foram eficazes, mas é necessário afundar as calhas do Tietê e do Pinheiros, que é uma obra de responsabilidade do governo estadual."

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