São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Engenharia de tráfego está em ascensão

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A privatização de estradas e o novo Código Nacional de Trânsito tornam a engenharia de tráfego uma atividade em ascensão.
O engenheiro de tráfego, que hoje trabalha principalmente em órgãos públicos, terá um novo campo de trabalho nas empresas que administram estradas, segundo Nicolau Gualda, 49, da USP (Universidade de São Paulo).
"Mais empregos serão gerados também com a aprovação do código de trânsito, que prevê a criação de órgãos de controle de tráfego em cada cidade", diz Gualda, que coordena a área de transportes da Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
O Código Nacional de Trânsito foi aprovado pelo Senado no dia 11 de setembro e aguarda aprovação final na Câmara.
Segundo Roberto Scaringella, 56, diretor do INST (Instituto Nacional de Segurança no Trânsito), hoje apenas as grandes cidades contam com órgãos controladores de trânsito.
"Com o código, teremos 5.550 municípios contratando profissionais para gerir o tráfego. As perspectivas são mesmo animadoras. Espero até a criação de faculdade na área", afirma.
Ainda não há curso superior de engenharia de tráfego, segundo Scaringella. "A pessoa tem de cursar engenharia civil e, se quiser, procurar especialização."
O engenheiro de tráfego tem por objetivo garantir a fluidez do trânsito. Ele projeta e coordena a sinalização e planeja troca de mãos de ruas e avenidas.
Também está entre suas atribuições controlar operações especiais de tráfego e coordenar programas destinados à educação e à orientação do usuário das vias.
Atualmente há mais oportunidades de emprego no governo. Mas também é possível trabalhar em empresas privadas, como consultorias e empresas de ônibus.
"A CET ainda é a maior empregadora. Pagamos entre R$ 1.560 e R$ 2.170", diz Lívia Mihaly, 54, superintendente de recursos humanos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Segundo o consultor de engenharia de tráfego Carlos Viani, 46, sócio e gerente da Setepla Tecnometal, as consultorias não costumam contratar o profissional.
"A maioria trabalha como autônomo, prestando serviços", explica Viani.
O recém-formado geralmente ganha mais em órgãos públicos do que em consultorias, segundo ele.

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