São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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O maior interclubes

SÍLVIO LANCELLOTTI

Enquanto a cartolagem do Brasil se emaranha no secundário e, perdão, já resolvido, a lei do passe, fica na berlinda o principal, o imanente, a indispensável organização do futebol no país, com o seu calendário previsto por antecipação, um calendário compatível com aquele da Europa.
Tudo bem, de propósito ou por preguiça, macunaímica preguiça, no Brasil as coisas demoram bem mais tempo para acontecer. Enquanto, porém, times de cá se esfalfam na grotesca Conmebol, a Europa já programa, sabiamente, produtivamente, comercialmente, os seus torneios para 1997/98.
Na última sexta-feira, no lindo balneário de Antalya, sudoeste da Turquia, a Uefa decidiu organizar, a partir do próximo ano, o maior campeonato interclubes do planeta. O nome permanece Champions League.
Mas não apenas os 50 campeões do continente dele participarão.
Entrarão ainda no certame os oito vices das federações mais bem colocadas no ranking da região. A saber, pela ordem de pontuação nos últimos cinco anos: Itália, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Holanda, Inglaterra e Bélgica.
Estarão isentos da fase de qualificação o detentor do troféu e os campeões das sete pátrias líderes no ranking.
Sobrarão 24 times que, divididos em seis grupos de quatro agremiações, disputarão um minicampeonato.
Restarão, enfim, os seis vencedores das chaves e os outros dois melhores.
Cálculo boboca: cerca de 160 combates com média de renda em torno dos US$ 500 mil, num global de US$ 80 milhões, sem os direitos de TV.
O futebol da Europa está séculos adiante de nós, pobres coitados...
Mais detalhes por meio do meu e-mail (lancellotti@originet.com.br), que saiu truncado no último domingo. As minhas desculpas.

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