São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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Peres reforça liderança da oposição
IGOR GIELOW
Depois da derrota, por menos de 1% dos votos, para o direitista Binyamin "Bibi" Netanyahu em maio, Peres foi condenado como perdedor por boa parte da oposição e pela imprensa. Nos últimos dez dias, com o governo de "Bibi" lutando para salvar processo de paz do colapso total e as demandas da direita no poder, Peres ressurgiu como o único líder oposicionista legítimo. Perdedor em todas as grandes disputas nas quais se envolveu, premiê por acidente (ele assumiu após o assassinato de Yitzhak Rabin em novembro passado), Shimon Peres usou uma estratégia de recuo para reassumir seu status. Há cerca de duas semanas, Peres havia dito à Rádio Israel que não iria disputar a liderança do Partido Trabalhista no ano que vem. O anúncio pegou o partido de surpresa. Sem nenhum nome de peso para substituir o ex-premiê exceto o do deputado Yossi Beilin, foi iniciado uma espécie de movimento "Fica, Peres" -como apelidou parte da imprensa israelense. Mas o ex-premiê silenciou. Com a crise da semana retrasada, Peres orientou o partido a advogar pela paz, levando à frente de oposição que se uniu aos árabes israelenses contra a política de "Bibi". Ainda assim permaneceu oculto. Viajou ao exterior na semana passada, quando foi publicada uma entrevista sua pelo semanário francês "Le Nouvel Observateur". Nela, Peres deu detalhes das negociações de paz com Iasser Arafat e apontou erros da equipe de Netanyahu. Além disso, soltou o sinal de fumaça para seus correligionários ao dizer que "quando o momento chegar, vou salvar o processo de paz". (IG) Texto Anterior: Ortodoxo terá shopping center Próximo Texto: Taleban lança ataque ao norte do Afeganistão; Morre "pai" dos supercomputadores Índice |
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