São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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JUSTIÇA ELEITORAL

Merece elogios a forma como a Justiça conduziu estas eleições no país. O processo de votação merece elogios, mas o mesmo não se pode dizer da apuração que, embora mais rápida do que nos anos anteriores, frustrou as expectativas em relação ao prometido pelos próprios TREs.
Calcula-se que cerca de 5% das urnas eletrônicas não tenham funcionado, o que é um bom resultado para uma primeira experiência.
Exceto em casos isolados, a substituição do voto digital pelo manual foi rapidamente providenciada, sem maiores percalços para o eleitor.
O índice de erros por conta da inabilidade para o voto eletrônico também está sendo considerado baixo, embora alguns eleitores provavelmente se tenham deixado intimidar pela máquina.
O bom andamento do pleito cresce em importância quando se lembra que o sucesso do novo sistema parecia improvável até poucas semanas atrás, conforme apurado em pesquisa do Datafolha. É razoável atribuir o resultado global ao empenho da Justiça Eleitoral e também dos partidos em esclarecer o funcionamento da urna eletrônica.
Em algumas seções houve filas e uma certa demora no voto, o que é absolutamente compreensível diante do ineditismo. Os atrasos podem ainda ter sido agravados por fenômenos à margem do processo, como as chuvas que caíram sobre São Paulo. Quem quis evitá-las preferiu votar mais tarde ao que costumava fazer, dificultando uma distribuição mais adequada dos eleitores por horários.
O voto eletrônico, ao dificultar fraudes e agilizar a apuração, é uma excelente contribuição à democracia, apesar das pequenas falhas.
O mais alentador contudo é constatar que a população brasileira é capaz de aprender rapidamente processos novos, desde que corretamente instruída. É igualmente alvissareiro perceber que a Justiça Eleitoral e, em alguns aspectos, também os partidos políticos souberam cumprir sua missão. Quem ganha é a democracia.

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