São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Planalto quer instalar comissão no dia 15
VALDO CRUZ; MARTA SALOMON
A intenção inicial é instalar a comissão especial que vai analisar a emenda da reeleição no dia 15 de outubro. Mas sem muito alarde, tentando evitar passar a idéia de que o tema será votado rapidamente. O objetivo é começar a vencer as etapas burocráticas de tramitação da emenda. Primeiro, ela precisa passar pela comissão especial. Depois, é que seguirá para votação em plenário, o que não ocorrerá neste ano. Decisão final A decisão final sobre o calendário da reeleição dependerá da análise que FHC e Luís Eduardo Magalhães farão do cenário político após a eleição municipal. A avaliação é que o principal empecilho que surgiu na reta final das eleições foi o comportamento do ministro Sérgio Motta (Comunicações), que acabou unindo o PPB em torno do prefeito Paulo Maluf. O governo espera acalmar o prefeito com a operação deflagrada no final da semana passada, quando o presidente liberou os seus aliados -PFL e PMDB- a subirem no palanque do candidato do PPB à prefeitura paulistana, Celso Pitta. Antes das críticas de Motta a Maluf, o Palácio do Planalto esperava contar com 70 a 80% dos votos dos 91 deputados pepebistas. Agora, sabe que isso está difícil, a não ser que consiga superar as "trapalhadas" do ministro das Comunicações. PFL No PFL, a expectativa do presidente da Câmara é obter entre 330 e 350 votos dos deputados para aprovar a emenda da reeleição. O calendário pefelista prevê a votação do tema no plenário entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Para instalar a comissão especial, Luís Eduardo Magalhães espera contar com a indicação dos membros do PMDB e do PPB. Nomes de confiança O líder peemedebista Michel Temer (SP) já garantiu que indicará nomes de confiança do Palácio do Planalto. A dúvida está no PPB. Caso o líder do partido na Câmara, Odelmo Leão (MG), decida indicar inimigos do governo, a comissão pode ser instalada, num primeiro momento, sem os nomes do partido de Maluf. O relator da emenda da reeleição, José Múcio (PFL-PE), deve manter em seu parecer o direito de disputar um segundo mandato a todos ocupantes de cargos executivos. Alguns aliados defendem que a reeleição valha apenas para presidente da República. Mas isso deve ser discutido apenas na fase de apresentação de emendas. Múcio também vai manter na emenda a autorização para que o presidente dispute a reeleição na Presidência da República, sem desincompatibilização. Texto Anterior: Porto Seguro pára apuração Próximo Texto: Família Sarney contabiliza pelo menos seis derrotas no Estado Índice |
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