São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Presente errado atrapalha brincadeira
OSCAR RÖCKER NETTO
Brinquedo adequado tem uma relação direta com o seu aproveitamento e com o próprio desenvolvimento da personalidade. Além disso, antes de mandar embrulhar o presente, são necessários alguns cuidados (leia box nesta página). "Todo brinquedo tem de ser desafiador para a criança", diz Edda Bommtempo, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) e ex-consultora da Estrela. Ou seja: se a criança achá-lo muito fácil ou difícil, vai se desinteressar logo. E, os especialistas afirmam, brincar é muito importante para formação da criança. "Já comprei presente para idade mais avançada, e meu filho ficou um tempão sem aproveitá-lo", afirma o engenheiro Alfredo de Oliveira, pai de Fernando, 5. Formação Outra especialista no assunto, Tizuco Morchida Kishimoto, diz que os brinquedos são importantes porque as crianças desenvolvem a "criatividade simbólica", que vai ter uma relação direta com o perfil do futuro adulto. "O grau de desenvolvimento da criatividade na infância é excelente para formar um sujeito com iniciativa." Conhecer bem os filhos é um item fundamental para saber o que comprar para eles. Não adianta presentear uma criança de três anos com um jogo de damas, por exemplo. Mas as particularidades de cada criança deve ser levada em consideração. "O ideal é deixar ela experimentar e escolher", diz Tizuco. E se isso se transformar no pesadelo de ver o filho querer de tudo e, pior, os mais caros brinquedos da loja? "Aí os pais têm de colocar os limites", afirma Tizuco. Para ela, se a criança não aprender a respeitar limites, há boas chances de se tornar um "adulto-problema". "A sociedade é montada em cima de regras, e a criança tem que aprender isso. Há época de ganhar presentes. Há presentes que podem ser comprados e outros não." Nesse sentido, dar a quantidade de presentes que o filho pede também é mau negócio. Segundo a professora Edda, não há muitas limitações ao tipo de brinquedo que se deve dar. Tampouco, armas de brinquedo. "Seria muita ingenuidade dizer que a criança fica mais agressiva por causa disso. O que importa é a vida em família que ela tem." Para Edda, quando a brincadeira se transforma em briga é hora da orientação dos pais. "Eles devem estar sempre atentos." Texto Anterior: Veja os prazos de inscrição para o "vestibulinho" nas escolas paulistanas Próximo Texto: Opções de brinquedos Índice |
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