São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996
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Autor quer contar história da China 'fácil de ler'

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Louis Cha, 72, acumulou sucesso literário com êxito jornalístico. Fundou o "Ming Pao", principal diário em língua chinesa de Hong Kong, e acumulou, com venda de livros e jornais, um gordo patrimônio cujas cifras não revela. No entanto, sabe-se que vendeu recentemente sua casa em Hong Kong por 21 milhões de dólares.
Sua formação literária deve ao Ocidente. Além dos clássicos de kung fu lidos na infância, encontrou inspiração em "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, e nos livros de Agatha Christie.
Amante de roupas caras e hábitos sofisticados, Zha Liangyong (seu nome chinês) se preparava na juventude para ser diplomata. Em 1948, foi a Xangai trabalhar no jornal "Ta Kung Pao".
No ano seguinte, a revolução comunista de Mao Tse-tung triunfou na China e Louis Cha mudou-se para Hong Kong. Depois de uma passagem pelo cinema, como roteirista e diretor, Cha voltou ao jornalismo e em 1959 fundou o "Ming Pao". Escrevia editoriais e publicava diariamente trechos de suas novelas de kung fu no jornal, sob o pseudônimo "Jin Yong".
Em 1972, despediu-se das novelas. Considerava "esgotado o repertório".
Dedicou-se então ao jornalismo e à política, atuando na década de 80 como conselheiro do governo comunista chinês. Renunciou ao cargo em 1989, em protesto ao massacre da praça da Paz Imperial.
Há três anos, Louis Cha também abriu mão do jornalismo ao vender sua participação no "Ming Pao". Em 96, aceitou integrar um comitê encarregado de supervisionar a devolução de Hong Kong à China em 97.
Cha tem planos literários. Atualmente pesquisa a história da China, que quer contar em livro. "Minha ambição é escrever uma história chinesa fácil de ler".
(JS)

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