São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Islâmicos radicais são favoritos no Kuait
WILSON SILVEIRA
Os fundamentalistas defendem a rigidez dos costumes islâmicos como base da legislação do país. Eles fazem oposição ao governo, considerado de centro. Não há partidos políticos. O resultado da eleição não deve mudar o dia-a-dia dos kuaitianos, que há muito trocaram a privação islâmica pelo conforto que o dinheiro pode comprar. A oposição conservadora já é maioria na Assembléia Nacional, que é composta por 50 parlamentares, eleitos por voto direto. Na última eleição, em 92, os radicais elegeram 31 dos 50 membros. Segundo pesquisa, mais de 60% da Assembléia será oposicionista. O governo deve eleger 3 ou 4 de um total de 230 candidatos. Os liberais, pró-democracia, devem perder espaço porque quatro dos seus líderes decidiram se aposentar. Eles devem manter apenas 5 das 13 vagas que detinham até sábado, quando foi realizada a última sessão da atual legislatura. O restante das vagas deverá ficar com candidatos independentes. Realizada ao longo de uma semana, na reta final da campanha, essa foi a primeira pesquisa eleitoral do Kuait. Foi encomendada a uma empresa local pelo jornal diário "Arab Times", editado em inglês. Na última sessão do Parlamento eleito em 92, os presidentes das comissões prestaram contas de suas atividades e alguns parlamentares fizeram discursos de despedida. Estava presente o ex-secretário de Estado dos EUA James Baker (governo Bush), um dos principais articuladores da coalizão internacional anti-Iraque na Guerra do Golfo, em 1991. Eleitorado reduzido Apenas cerca de 10% dos habitantes do Kuait podem votar. Os eleitores são cerca de 170 mil. Metade dos habitantes (estimados entre 1,6 milhão e 1,7 milhão) é estrangeira, que não tem direito de votar, assim como mulheres e menores de 21 anos. Os estrangeiros com direito a voto são apenas 24 mil. Foram naturalizados em 1966, com direito de votar 20 anos depois. A naturalização de estrangeiros é raríssima. Há 150 mil pessoas sem nenhuma nacionalidade, embora tenham nascido no Kuait, muitas delas com pais e avós igualmente nascidos aqui. O país é governado desde 1756 pela família Sabah. O jornalista Wilson Silveira viajou a convite da Embaixada do Kuait em Brasília Texto Anterior: Grupo visita árabes em Hebron Próximo Texto: Taleban avança no norte do Afeganistão Índice |
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