São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Agência fica fechada por 14 meses

OSCAR RÖCKER NETTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A agência dos Correios da rua Duque de Caxias (região central de São Paulo) deixou de arrecadar cerca de R$ 700 mil em decorrência de um atraso de sete meses nas obras de reforma da unidade.
Durante esse período, o aluguel mensal de R$ 2.600 também precisou ser pago sem que a agência estivesse faturando para bancá-lo. Ao todo, as reformas consumiram quase R$ 130 mil.
O valor de R$ 700 mil se refere ao faturamento médio de uma agência do mesmo porte no período -conforme apurado pela Folha.
No total, a agência ficou fechada por quase 14 meses. O atraso ocorreu porque o projeto de reforma feito pelos Correios não previu problemas com infiltrações ocasionados pelo prédio vizinho, que tem dois andares abandonados.
Às vésperas da reinauguração, em março, os problemas de infiltração ficaram visíveis e foi necessário fazer nova licitação para resolvê-los, segundo os Correios.
João Freire do Amaral D'Avila, 38, perito da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações, diz que os projetos de reformas dificilmente se preocupam com os problemas que o vizinho pode gerar.
O engenheiro visitou o local, na sexta-feira, a pedido da Folha. "O problema existe no prédio vizinho há muito tempo", disse.
"Quando foi feito o levantamento de serviços a serem realizados é muito provável que houvesse manchas. Se o problema existia e não foi levantado, houve erro técnico do projeto."
As obras da agência começaram em setembro de 1995. A duração prevista era de 120 dias. A entrega deverá ocorrer somente no dia 8 de novembro.
O projeto de reforma foi feito por uma arquiteta dos Correios, cujo nome não foi revelado. A obra foi realizada pela empresa Blaspan, contratada via licitação.
Segundo o subgerente de obras dos Correios em São Paulo, Ubaldo José Ducatti Santanna, 38, as obras foram necessárias porque a agência estava em condições precárias.
Ele diz que o projeto inicial não contemplou a área de carga e descarga dos veículos da empresa nem a automação da agência. Isso requereu um aditamento (suplemento) à licitação.
A obra para a infiltração extrapolou o aditamento.
Foi necessário fazer nova licitação, processo que contribuiu para o atraso na entrega da agência, diz Santanna.

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