São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996 |
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"Desimagem" diz não à narrativa
ERIKA SALLUM
Escrita e dirigida por Cesar Ribeiro, 26, a montagem baseia-se na vida e na obra do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867). Não se trata de uma colagem dos textos de Baudelaire, explica o diretor, mas "uma releitura de sua essência". Um homem chamado Juan mata, acidentalmente, a mulher e a filha em um desastre de carro. A peça relata o sofrimento desse personagem, desde o hospital, onde agoniza, até o céu. Não há uma narrativa com começo, meio e fim. Segundo Ribeiro, o espetáculo é um conjunto de sensações transmitidas à platéia por meio de sons, luzes e interpretação. "Quero despertar o lado imaginário e subjetivo das pessoas. Quero que saiam do teatro com a impressão de terem passado por um terremoto", diz o diretor. No palco, fica apenas o ator Leandro Felipe, que contracena com vozes "em off" (há a participação especial do crítico Alberto Guzik), jogos de iluminação e com o próprio cenário. A trilha sonora -composta por André Matos, da banda Angra- é ouvida durante quase toda a peça. Por conta disso, Felipe usa um microfone, que fica escondido sob sua roupa. "Desimagem" é a segunda parte de uma trilogia sobre autores do século 19. A primeira foi "Subterrâneo", inspirada em texto de Dostoiévski. A próxima será baseada na obra do escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Peça: Desimagem Direção: Cesar Ribeiro Onde: Centro Cultural São Paulo - Sala Jardel Filho (r. Vergueiro, 1.000, tel. 011/277-3611) Quando: terças e quartas, às 21h30 Quanto: R$ 8 Texto Anterior: Tom Wolfe escreveu biografia Próximo Texto: Italianos fazem concerto beneficente Índice |
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