São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996 |
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Explosões ferem 31 em base britânica na Irlanda do Norte Ataque ocorreu em base do Exército; ninguém assume culpa LUCIA MARTINS
Não houve aviso prévio, e até o início da noite de ontem ninguém havia assumido responsabilidade. A polícia acredita que as explosões tenham sido provocadas por duas bombas de morteiro deixadas dentro de dois furgões. O primeiro a explodir estaria parado num estacionamento da base. O outro estava perto do hospital para onde estavam sendo levadas as vítimas. Não se sabe ainda como os carros-bomba conseguiram burlar a segurança e entrar na base -onde vivem 18 mil pessoas, entre soldados e parentes. É o primeiro ataque a forças de segurança britânicas desde o cessar-fogo do IRA (Exército Republicano Irlandês) em 31 de agosto de 1994. O grupo quer a independência da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido. Responsabilidade Ontem, os unionistas responsabilizaram o IRA pelas explosões. "Esse é um trabalho dos republicanos", disse David Trimble, do Partido Unionista do Ulster. Gerry Adams, líder do Sinn Fein -o braço político do IRA-, afirmou que as bombas enfatizam uma "necessidade crescente de diálogo". "Lamento o sofrimento das pessoas, mas o caminho é a volta das negociações." O primeiro-ministro britânico, John Major, afirmou que os ataques têm de parar. A Irlanda do Norte tem maioria (50,6%) de protestantes, contra 38,4% de católicos que querem majoritariamente se unir à República da Irlanda -que possui maioria católica. Em agosto de 1994, o IRA declarou cessar-fogo para abrir negociações de paz por meio de seu partido político, o Sinn Fein. Em fevereiro deste ano, uma explosão na região das docas de Londres matou duas pessoas e pôs fim à trégua. No último dia 23, a polícia de Londres fez uma apreensão recorde (10 toneladas de explosivos) em Hammersmith, sudoeste de Londres, onde uma bomba havia sido achada sob uma ponte em abril, e em West Sussex (oeste britânico). Um homem morreu e seis foram presos. A quantidade de explosivos apreendida equivale a 20 explosões iguais à de fevereiro. Ou a quase seis bombas iguais à colocada no último ataque do IRA, em junho, no centro de Manchester (norte da Inglaterra). Texto Anterior: Autor de atentado deseja sorte na cirurgia Próximo Texto: Leia a cronologia dos últimos eventos Índice |
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