São Paulo, quarta-feira, 9 de outubro de 1996
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Monitores crescem e ganham recursos

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

O padrão dos monitores de micros está mudando. As telas de 14 polegadas começam a ceder lugar às de 15 polegadas. A diferença, embora não pareça, é grande.
Nos de 14, a tela é curva e provoca distorção nas beiradas. Para reduzi-las, vários modelos apresentam uma máscara, que reduz a área visível da tela.
Já os de 15 polegadas têm tela plana, o que resulta em área útil 36% maior. Muitos dos modelos desse tamanho embutem um chip que ajusta automaticamente o número de cores pedido pelos softwares.
A resolução melhorou. Enquanto os de 14 polegadas em uso ficam na faixa dos 800 X 600 pontos, os de 15 oferecem até 1.280 X 1.024.
A distância entre os pontos vem encolhendo para todos -o dot pitch saiu de 0,39 para 0,28.
Embora alguns novos modelos de 14 já façam leitura direta das linhas na tela (não-entrelaçados) e obedeçam a normas internacionais de segurança, os de 15 e 17 apresentam mais vantagens.
A garantia, que no de 14 não costuma passar de um ano, sobe para até três anos nos de 15 e 17 polegadas. É ainda entre os de 15 que estão os que possuem controles digitais e alto-falantes integrados.
Preço
O preço é que é o problema. Além de o monitor ser caro, a diferença entre um modelo de 14 polegadas e outro de 15 com a mesma resolução chega a passar de 60%.
O consumidor encontra os de 14 por R$ 400 a R$ 470. Os de 15 oscilam entre R$ 570 e R$ 800; os de 17, de R$ 1.200 a R$ 1.700; e os de 20 polegadas, de R$ 2.600 a R$ 3.000.
Entre os vilões do preço está o cinescópio. A maioria é importada. Além disso, as perdas com o vidro soprado encarecem a produção. No Brasil, por enquanto, só a Philips fabrica cinescópios.
A Samsung, que detém cerca de 30% do mercado de monitores no país, começou a construir uma fábrica de cinescópios em Manaus.
Em parceria com a VGArt, a Samsung lança em dezembro um 14 polegadas não-entrelaçado.
"Esse tamanho responde por 85% das vendas no Brasil e deve continuar líder pelo menos até o primeiro semestre de 97", diz Marcelo Zotta, gerente de informática.
"O mercado brasileiro ainda é muito sensível a preço. À medida que crescer a procura, o preço dos de 15 polegadas tenderá a baixar", afirma Wladimir Gomes Benegas, diretor comercial da Videocompo.
Boom
Nos EUA, os monitores de 15 já são o padrão. "Houve um boom com o surgimento de programas para 'Windows 95"', observa Herberto Yamamuro, gerente de novos negócios da NEC, que produz monitores de alta resolução.
Está nos planos da NEC montar e comercializar monitores no Brasil a partir do ano que vem.
Também em 97, a Videocompo pretende lançar um monitor de 17 com resolução menor e dot pitch de 0,39. A idéia é oferecer uma alternativa mais barata para o consumidor doméstico -o preço deve ficar em torno de R$ 700.
Antes disso, até dezembro, a Videocompo coloca no mercado monitores Daewoo de 15 polegadas com alto-falantes integrados por R$ 590, e de 17 por R$ 1.200.
Já a VGArt lança no final deste mês o VG 1.769, modelo de 17 com alto-falantes, microfone e fone de ouvido opcionais por R$ 995.
O monitor de cristal líquido, que ocupa muito menos espaço que o de tubo convencional, ainda está restrito aos notebooks. Mas, para Denoel Eller, gerente de produto da TCE, é o material do futuro.
A própria TCE mostrou na Comdex 96, há um mês, um monitor de cristal líquido de 12,1 polegadas e 5 cm de espessura.

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